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Diferença genética ajuda a eleger parceiro, diz estudo
Segundo cientista do Paraná, casais tendem a ter DNA distinto no sistema imune
Diversidade supostamente
beneficia saúde da prole, diz
geneticista, cujo trabalho foi apresentado ontem em
um congresso em Viena
DA REDAÇÃO
Na hora do escolher alguém
para namorar, os opostos realmente se atraem. Seres humanos tendem a buscar parceiros
que sejam geneticamente distintos, diz um estudo da Universidade Federal do Paraná
apresentado ontem num congresso na Áustria.
Os pesquisadores descobriram que pessoas casadas têm,
em uma certa região do genoma, mais diferenças genéticas
entre si do que pares de desconhecidos. A região é responsável pelo sistema imunológico.
Segundo a geneticista Maria
da Graça Bicalho, líder da equipe de cientistas, trata-se de
uma estratégia evolutiva. Dessa
maneira, os filhos terão maior
variabilidade genética.
"Pais com genes diferentes
podem oferecer aos seus filhos
mais chance de evitar infecções
porque o sistema imunológico
deles será mais diverso."
Além disso, essa atração pelo
diferente evita o incesto ou
mesmo relacionamentos dentro da mesma família.
"Embora possa ser tentador
pensar que humanos escolhem
seus parceiros porque são parecidos com eles, a nossa pesquisa mostrou claramente que o
desejo subconsciente de ter
crianças saudáveis é importante na hora de escolher alguém".
E como saber quem é geneticamente diferente? Estudos
anteriores diziam que animais
podem usar o cheiro como guia
para identificar possíveis parceiros como geneticamente parecidos ou diferentes.
Em um deles, dedicadas voluntárias cheiravam camisetas
suadas de homens desconhecidos e diziam quais odores eram
mais atraentes. Resultado: elas
gostavam mais daquelas cujos
donos tinham sistemas imunológicos mais distintos dos seus.
Mas outros fatores também podem estar envolvidos.
O grupo paranaense publica
trabalhos nessa área desde
1998. Desta vez, estudaram 484
pessoas, divididas em 90 casais
e 152 pares aleatórios. O trecho
do genoma analisado por eles é
conhecido como Complexo
Principal de Histocompatibilidade (MHC, na sigla em inglês).
Ele tem um papel fundamental
na saúde da prole e é encontrada na maioria dos vertebrados.
O trabalho foi apresentado
numa conferência da Sociedade Europeia de Genética Humana, em Viena.
"Nós queremos continuar
com esse trabalho, observando
as influências sociais e culturais, assim como as biológicas,
na hora da escolha de um parceiro e relacionando isso com a
diversidade genética da região
do MHC", diz Bicalho.
Mas, claro, ninguém escolhe
seus amores só pelo cheiro.
"Não concordamos com a teoria de que se uma pessoa tem
um gene em particular isso vai
determinar o seu comportamento. Mas achamos que o aspecto evolutivo inconsciente
não deve ser ignorado", afirma.
Com agências internacionais
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