São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Químicos conseguem dizer de que floresta vêm tonéis de vinho

Nove matas diferentes originaram barris onde bebida estudada envelheceu

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o enófilo de nariz mais acurado conseguiria esse feito. Pesquisadores da França e Alemanha detectaram em vinhos envelhecidos em tonéis de carvalho de qual floresta veio a madeira dos barris, mesmo depois de as bebidas passarem vários anos engarrafadas.
Em geral, pesquisadores estão interessados nos compostos do vinho ligados a seu gosto ou a propriedades terapêuticas. Mas a equipe franco-alemã usou "força bruta" para detectar milhares de substâncias interagindo no vinho, com técnicas de espectrometria de massa de resolução ultra-alta.
Os vinhos estudados foram envelhecidos em tonéis vindos de madeira de nove florestas francesas diferentes e fazem parte de um projeto que busca entender melhor a influência da origem geográfica e do tipo de carvalho na qualidade da bebida. Um bom vinho é produto de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e de técnicas de viticultura.
"No nosso estudo, a identificação de substâncias químicas e de suas origens não tem a intenção de produzir vinhos melhores. Ela mostra que, para um sistema biológico complexo como o vinho, a análise química pode também dar pistas sobre a história que ele pode contar", disse à Folha o líder do estudo, Régis Gougeon, da Universidade de Borgonha, em Dijon, França. O estudo foi publicado hoje na revista "PNAS"
O vinho, diz Gougeon, está em evolução constante, e a análise permite "captar em um momento particular como cada instrumento da orquestra contribui para o concerto".


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