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Químicos conseguem dizer de que floresta vêm tonéis de vinho
Nove matas diferentes originaram barris onde bebida estudada envelheceu
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem o enófilo de nariz mais
acurado conseguiria esse feito.
Pesquisadores da França e Alemanha detectaram em vinhos
envelhecidos em tonéis de carvalho de qual floresta veio a
madeira dos barris, mesmo depois de as bebidas passarem vários anos engarrafadas.
Em geral, pesquisadores estão interessados nos compostos do vinho ligados a seu gosto
ou a propriedades terapêuticas.
Mas a equipe franco-alemã
usou "força bruta" para detectar milhares de substâncias interagindo no vinho, com técnicas de espectrometria de massa
de resolução ultra-alta.
Os vinhos estudados foram
envelhecidos em tonéis vindos
de madeira de nove florestas
francesas diferentes e fazem
parte de um projeto que busca
entender melhor a influência
da origem geográfica e do tipo
de carvalho na qualidade da bebida. Um bom vinho é produto
de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e de técnicas de viticultura.
"No nosso estudo, a identificação de substâncias químicas
e de suas origens não tem a intenção de produzir vinhos melhores. Ela mostra que, para um
sistema biológico complexo como o vinho, a análise química
pode também dar pistas sobre a
história que ele pode contar",
disse à Folha o líder do estudo,
Régis Gougeon, da Universidade de Borgonha, em Dijon,
França. O estudo foi publicado
hoje na revista "PNAS"
O vinho, diz Gougeon, está
em evolução constante, e a
análise permite "captar em um
momento particular como cada instrumento da orquestra
contribui para o concerto".
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