|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DROGAS
Chilenos localizam área da "fissura" em cérebro de roedor
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Bastou uma injeção, bastou anestesiar temporariamente uma região do cérebro, e desapareceu o desejo
do viciado pela droga. Mas,
infelizmente, essa notícia se
refere apenas a ratos e está
longe ainda de ter uma aplicação prática em humanos.
Três pesquisadores chilenos -Marco Contreras,
Francisco Ceric e Fernando
Torrealba, da Pontifícia Universidade Católica do Chile
em Santiago- identificaram
uma região no cérebro dos
roedores com papel essencial no desejo pela droga.
Eles também mostraram,
em artigo publicado na edição de hoje da revista científica americana "Science",
que essa região, o córtex insular ou ínsula, localizada
bem no centro do órgão,
também está ligada ao mal-estar e a problemas gastrointestinais produzidos por um
medicamento, o lítio, usado
para tratar distúrbios de
comportamento.
Já se sabia que a ínsula estava relacionada ao sistema
cerebral de monitoramento
do corpo, do seu estado fisiológico e de suas necessidades, além das emoções.
Os chilenos agora provaram de vez que a ínsula está
por trás da "fissura" do viciado pela droga, da abstinência
que causa "ansiedade, irritabilidade e tristeza", como escreveram no artigo.
Os ratos eram viciados em
anfetaminas. E era fácil perceber isso pelo modo como
se comportavam. Ratos preferem ambientes escuros,
onde estão mais seguros dos
seus predadores.
Mas os cientistas viciaram
os ratos em anfetaminas em
um compartimento branco e
iluminado, ligado por um
neutro (marrom) a outro negro e escuro. Para conseguir
a droga, tinham que se "arriscar" no lado claro.
Mas com uma injeção que
bloqueava o funcionamento
da ínsula, os ratos voltaram a
preferir o ambiente negro.
Texto Anterior: Polêmica: Watson se aposenta, uma semana após frase racista Próximo Texto: Clima: Kyoto não será totalmente cumprido, diz vice do IPCC Índice
|