São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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Obama vai a Copenhague e promete meta de CO2

EUA acena com compromisso de corte de 17% até 2020, em relação a 2005

Segundo assessora, decisão foi tomada após encontro com líderes de Índia e China; lei que viabiliza acordo ainda tramita no senado


Pablo Monsivais/Associated Press
Barack Obama com as suas filhas Malia e Sasha na Casa Branca, ontem, dia de Ação de Graças

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A Casa Branca anunciou ontem que os EUA apresentarão em Copenhague uma proposta de redução das emissões de gases do efeito estufa de 17% em relação aos níveis registrados em 2005 até 2020. O presidente Barack Obama comparecerá ao encontro no dia 9 de dezembro, antes de seguir para Oslo, onde receberá o Nobel da Paz.
Até então, os EUA não haviam oferecido meta de redução, porque o assunto ainda não tem aprovação do Congresso. O percentual apresentado é igual ao da versão do projeto de lei de mudanças climáticas aprovado pela Câmara neste ano, mas é inferior ao que o país cortaria em carbono se tivesse seguido o Protocolo de Kyoto. O projeto de lei que se encontra no Senado prevê redução de 20%, mas é provável que receba emendas que o alterem.
A decisão de anunciar uma meta foi tomada após encontros recentes de Obama com líderes da China e Índia. "Obviamente nós esperamos que outras economias apresentem seus próprios ambiciosos planos de ação", afirmou ontem Carol Browner, conselheira sênior do presidente para energia e mudanças climáticas.
A proposta americana prevê ainda cortes de 83% até 2050. Para chegar a esse patamar, estão previstas reduções de 30% até 2025 e de 42% até 2030, sempre em relação a 2005.
Na prática, com o anúncio, os EUA dão novo impulso para cobrar a aprovação do projeto no Senado no começo de 2010 e minimizam parte das críticas quanto ao compromisso do governo Obama com o ambiente.
Mesmo com o anúncio, não faltaram críticas em relação à data escolhida pelo presidente. O encontro em Copenhague será de 7 a 18 de dezembro. A maior parte das decisões em encontros assim costuma sair nos últimos dias de negociação. Antes, Obama havia afirmado que só compareceria se pudesse ajudar no fechamento de um resultado favorável.
Representantes da Casa Branca afirmaram ontem que funcionários do governo farão pronunciamentos durante a conferência para explicar as ações que os EUA estão tomando para lidar com o aquecimento. Ontem, Browner citou as medidas de estímulo de US$ 80 bilhões para energia limpa e regras para promover fontes de energia, como a eólica.
"O encontro de Copenhague não é uma oportunidade para foto, é sobre parar com o caos climático. Obama precisa estar lá no mesmo momento que outros líderes, em 18 de dezembro. Este é o momento em que ele é necessário para um acordo. É a cidade certa na data errada. Parece que ele não está levando em consideração o assunto seriamente", afirmou Kyle Ash, conselheiro de política climática do Greenpeace.
Já o senador de Massachusetts, John Kerry, um dos responsáveis pelo projeto de lei no Senado, disse que a ação do presidente daria novo fôlego às negociações em Copenhague e ajudaria na tramitação da lei.
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, se disse satisfeito com a decisão. "O forte compromisso de Obama com a questão da mudança climática é muito valioso."
A União Europeia está pressionando por cortes mais agressivos. Sugere ao menos 20% de redução nas emissões em relação aos níveis de 1990.


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