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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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COLUMBIA

Marcas em cerâmica sugerem danos causados por plasma e manchas que poderiam ter sido feitas por espuma

Pastilha pode ser pista-chave do acidente

Nasa - James Nielsen/France Presse
Pastilha achada (acima) contém manchas que podem ser da espuma do tanque externo; no lado oposto, buraco aberto por gás superaquecido; à esquerda, Gehman Jr.


DA REUTERS

Um pedaço de uma pastilha de isolamento térmico do ônibus espacial Columbia pode se tornar a pista crucial para entender porque a nave explodiu no dia 1º deste mês. A pastilha de cerâmica tem deformações consistentes com o jato de plasma (gás superaquecido) que teria invadido a nave na reentrada, anunciou a comissão que investiga o acidente.
Estranhas manchas alaranjadas na pastilha, achada no oeste do Estado norte-americano do Texas, poderiam ter sido causadas pelo pedaço de espuma da mesma cor que se desprendeu do tanque do Columbia durante a decolagem, atingindo a parte inferior da asa esquerda da nave.
Esse impacto, que aconteceu 81 segundos depois do lançamento, está sendo apontado como a causa mais provável do acidente desde o começo das investigações. Imagina-se que o dano causado pela espuma possa ter tirado a pastilha do lugar e, na reentrada, o calor causado pelo atrito com a atmosfera a teria arrancado do ônibus espacial.
O espaço aberto pela pastilha teria deixado exposto o alumínio da asa da nave. O buraco teria mais ou menos o mesmo tamanho da abertura que, segundo os investigadores, permitiu a entrada do plasma e selou o destino do Columbia e o dos sete astronautas que o ocupavam.
Embora a pista pareça promissora, o almirante da reserva Harold Gehman Jr., que dirige o comitê de investigadores, disse que uma análise mais cuidadosa ainda é necessária. "Uma das charadas que temos de resolver é saber se esse dano aconteceu quando a pastilha ainda estava presa ao ônibus espacial ou se isso aconteceu depois da explosão", afirmou.
A Nasa também anunciou ter recuperado trechos danificados de um vídeo digital mostrando os astronautas na cabine do Columbia durante a reentrada. As imagens, provavelmente feitas pela astronauta Laurel Clark, mostram uma equipe calma e terminam minutos antes do acidente.


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