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Físico propôs nanografia em 1959 nos EUA
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
Escrever em superfícies
muito pequenas é um sonho
antigo dos tecnólogos. De fato, foi esse desejo que levou à
fundação da nanotecnologia.
Aconteceu em 29 de dezembro de 1959, no Instituto de
Tecnologia da Califórnia,
num evento que, de certa
forma, envolveu o Brasil.
Naquele dia, um auditório
cheio assistia a uma palestra
do genial físico americano
Richard Feynman (1918-1988), com um título provocador: "There's plenty of
room at the bottom" (há lugar de sobra lá embaixo).
Na sua conferência, Feynman propunha a exploração
de um novo campo da física,
"o problema de manipular e
controlar as coisas numa escala pequena".
O exemplo que ele deu da
primeira aplicação prática
do domínio desse problema
ecoa diretamente no experimento feito pela Unicamp.
Feynman afirmou que era
possível copiar os 24 volumes da Enciclopédia Britannica na cabeça de um alfinete. Foi além: propôs que, uma
vez que a tecnologia para fazer isso estivesse disponível,
seria possível copiar todos os
volumes da Biblioteca do
Congresso dos EUA, da biblioteca do Museu Britânico
e da Biblioteca Nacional da
França no espaço de 24 milhões de cabeças de alfinete
-três metros quadrados.
Ele afirmou que se a biblioteca da "Universidade do
Brasil" pegasse fogo, "nós poderemos mandar-lhes uma
cópia de todos os livros da
nossa biblioteca (...) num envelope não mais pesado que
uma carta comum."
Mas, apesar dos avanços,
ainda não há enciclopédias
copiadas na cabeça de um alfinete. Continua havendo espaço de sobra lá embaixo.
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