São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

Texto Anterior | Índice

saiba mais

Físico propôs nanografia em 1959 nos EUA

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Escrever em superfícies muito pequenas é um sonho antigo dos tecnólogos. De fato, foi esse desejo que levou à fundação da nanotecnologia. Aconteceu em 29 de dezembro de 1959, no Instituto de Tecnologia da Califórnia, num evento que, de certa forma, envolveu o Brasil.
Naquele dia, um auditório cheio assistia a uma palestra do genial físico americano Richard Feynman (1918-1988), com um título provocador: "There's plenty of room at the bottom" (há lugar de sobra lá embaixo).
Na sua conferência, Feynman propunha a exploração de um novo campo da física, "o problema de manipular e controlar as coisas numa escala pequena".
O exemplo que ele deu da primeira aplicação prática do domínio desse problema ecoa diretamente no experimento feito pela Unicamp.
Feynman afirmou que era possível copiar os 24 volumes da Enciclopédia Britannica na cabeça de um alfinete. Foi além: propôs que, uma vez que a tecnologia para fazer isso estivesse disponível, seria possível copiar todos os volumes da Biblioteca do Congresso dos EUA, da biblioteca do Museu Britânico e da Biblioteca Nacional da França no espaço de 24 milhões de cabeças de alfinete -três metros quadrados.
Ele afirmou que se a biblioteca da "Universidade do Brasil" pegasse fogo, "nós poderemos mandar-lhes uma cópia de todos os livros da nossa biblioteca (...) num envelope não mais pesado que uma carta comum."
Mas, apesar dos avanços, ainda não há enciclopédias copiadas na cabeça de um alfinete. Continua havendo espaço de sobra lá embaixo.


Texto Anterior: Brasileiros fazem o seu primeiro "nanopoema"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.