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GENÉTICA
Pesquisa feita por japoneses compara cromossomo humano com o de animais e mostra equivalência de 98,5%
Detalhes separam chimpanzé do homem
MAGGIE FOX
DA REUTERS
Mudanças genéticas minúsculas se somam a grandes diferenças
quando o DNA humano é comparado ao de chimpanzés, afirmam pesquisadores num estudo
que explica como pessoas e outros primatas podem ser tão próximos e ainda assim tão distantes.
Geneticamente, chimpanzés
são 98,5% idênticos aos humanos.
Mas as diferenças entre as espécies são claramente profundas, e
os geneticistas labutam para descobrir como variações tão sutis no
DNA podem ser tão importantes.
"Claramente, as diferenças genômicas entre humanos e chimpanzés são muito mais complicadas do que a sabedoria convencional tem retratado", escreveram
Asao Fujiyama, do Centro de
Ciências Genômicas Riken, em
Yokohama, Japão, e colegas no Japão, em Taiwan e na China, num
artigo publicado na edição de hoje da revista científica britânica
"Nature" (www.nature.com).
A comparação irá ajudar no entendimento de doenças e no trabalho de estudar as diferenças entre as seqüências genéticas de
duas pessoas, a fim de determinar
uma seqüência para servir de "base" para a determinação das variações individuais humanas.
A equipe de Fujiyama comparou o cromossomo 22 de três diferentes chimpanzés com seu equivalente nos humanos, o cromossomo 21. Eles procuraram diferenças que ajudariam a distinguir
a seqüência humana da de seus
primos menos inteligentes.
O grupo só encontrou 1,44% de
DNA diferente no nível de letras
individuais no código genético.
Essas letras, A, C, T e G, representam os nucleotídeos que compõem o DNA de todas as criaturas
vivas. Os nucleotídeos codificam
aminoácidos, que por sua vez se
combinam em proteínas, as responsáveis por quase tudo que
acontece num organismo.
Os genes são combinações de
letras que codificam um ou mais
aminoácidos, com o objetivo de
controlar ou produzir proteínas
específicas usadas pelas células.
Há vastos trechos de DNA que
não compõem genes, cuja importância ainda é desconhecida.
A equipe de Fujiyama descobriu
diferenças que podem ser mais
importantes que as pequenas trocas de letras. "Há um número impressionante [68 mil] de pequenos a grandes trechos de DNA
que parecem ter sido ou ganhos
ou perdidos em uma espécie ou
outra", escreveram os pesquisadores. A esses trechos eles se referem como "indels", uma contração de "inserções ou deleções".
"Essas diferenças são suficientes
para gerar mudanças na maioria
das proteínas: de fato, 83% das
231 seqüências codificantes, incluindo genes funcionalmente
importantes, mostram diferenças
no nível da seqüência de aminoácidos", complementaram.
"Nossos dados sugerem que os
"indels" nas regiões codificantes
[genes] representam um dos
maiores mecanismos para gerar
diversidade de proteínas e caracterizar primatas mais evoluídos."
Em outras palavras, embora o
DNA pareça extremamente similar em chimpanzés e humanos, as
proteínas que ele no final codifica
podem ser bem diferentes.
Cromossomos seqüênciados
Os cromossomos 9 e 10 do genoma humano, que contêm respectivamente 95 e 85 genes conhecidos associados a doenças
como câncer, Alzheimer e esquizofrenia, foram completamente
seqüenciados e analisados por
pesquisadores britânicos. Os estudos também foram publicados
hoje na revista "Nature".
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