São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Goldemberg ataca plano do clima de Lula
CLAUDIO ANGELO EDITOR DE CIÊNCIA O novo Plano Nacional de Mudança Climática é um retrocesso em relação às posições que o próprio governo vinha defendendo nas negociações globais de clima. A opinião é de José Goldemberg, professor da USP, um dos principais especialistas em política climática do país. "Não vejo como melhorar o plano", disse Goldemberg à Folha. Para ele, o documento oficial, que será posto em consulta pública na segunda, é tão ruim que "nem vale a pena fazer sugestões" a ele. O plano proposto pelo governo não fixa metas numéricas nem prazos para a redução do desmatamento, responsável por dois terços dos gases-estufa brasileiros. Limita-se a propor, com base nos programas atuais, que o desmatamento ilegal seja um dia reduzido a zero. Sobre energia, o plano apenas lista medidas voluntárias e já em curso que podem, direta ou indiretamente, levar a alguma redução das emissões. Segundo Goldemberg, ao se abster de compromissos, o plano recua do acordo de Bali, fechado em 2007, que teve apoio do Brasil. Na negociação, os países em desenvolvimento se comprometeram a adotar medidas "mensuráveis, reportáveis e verificáveis" de redução de emissões. "O mínimo que eu esperava do plano nacional é que tivesse ações voluntárias mensuráveis, verificáveis e reportáveis para a Amazônia", diz o físico. A Folha não encontrou ontem a secretária nacional do clima, Suzana Kahn, para comentários. Texto Anterior: Emissão de CO2 cresce 3% em um ano, diz relatório Próximo Texto: Amazônia: Ibama recua em acusação de biopirataria Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |