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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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FÍSICA

Idéia é baseada na relatividade

Objeto pode "nadar" no espaço, diz cientista

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Qualquer criança sabe que nadar consiste basicamente em repetir várias vezes um conjunto de movimentos para se locomover. Mas só Jack Wisdom sabe como fazer isso sem água: num estudo pouco ortodoxo, esse físico do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) propõe uma natação no espaço-temporal.
"Sim, é um estudo incomum", ele diz. "É interessante, simples, divertido e até bonito. Mas é realmente difícil dizer como alguém tem uma idéia dessas", diz Wisdom, que teve seu estudo publicado on-line pela revista "Science".
A premissa partiu de uma analogia: assim como paramécios, protozoários que usam cílios para mudar de forma e andar por uma superfície curva, um corpo também poderia se mover pelo espaço (que é quadridimensional e curvo, segundo a relatividade), apenas mudando de forma.
Da analogia para a conclusão, há muita matemática no caminho. "Você está correto em dizer que a habilidade de nadar em superfícies bidimensionais não implica automaticamente a habilidade de nadar no espaço-tempo", afirma Wisdom. "Um cálculo separado precisa ser feito para mostrar que é de fato possível. No estudo, eu digo que fiz as contas e elas mostram que funciona."
Que ninguém, entretanto, se anime a sonhar com naves propelidas pela geometria do espaço-tempo. A curvatura desse "continuum", como dizem os físicos, é muito suave, e deformações de um corpo de um metro na Terra só resultariam numa "braçada" de 10-23 metro.


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