São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002 |
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PANORÂMICA AMBIENTE Impasse leva Comissão Internacional da Baleia a adiar votação sobre captura A CIB (Comissão Internacional da Baleia) deverá realizar uma nova reunião em caráter extraordinário até o fim deste ano, para concluir as negociações que foram suspensas em Shimonoseki, no Japão. A comissão entrou no maior impasse dos últimos anos depois que o bloco dos países favoráveis à liberação da caça comercial, liderado pelo anfitrião, vetou a renovação do direito dos povos indígenas do Ártico nos EUA e na Rússia de capturar baleias para subsistência. O veto foi uma retaliação japonesa ao bloco dos países conservacionistas, que mais uma vez derrubaram, em Shimonoseki, a proposta de reabertura da caça. "Praticamente não houve reunião. O impasse durou três dias", disse à Folha o biólogo José Truda Palazzo Jr., da organização Projeto Baleia Franca, um dos membros da delegação brasileira na CIB. Hoje só o Japão e a Noruega caçam baleias em larga escala. Os noruegueses capturam baleias minke, enquanto os japoneses usam a justificativa da caça científica para capturar diversas espécies. O impasse em Shimonoseki sinaliza a divisão cada vez maior entre os dois blocos. No limite, as diferenças podem levar os caçadores a sair da CIB, retomando unilateralmente a caça. Truda diz não acreditar na saída do Japão, porque o Comitê Científico da CIB está finalizando o plano de manejo sustentável de baleias, conhecido pela sigla RMS (esquema de manejo revisado, em inglês). Uma vez definidas as regras, a moratória será suspensa. "A dificuldade para [aprovar] o RMS é a exigência de observadores internacionais a bordo dos barcos baleeiros, que os países caçadores não querem", afirmou Truda. (DA REDAÇÃO) Texto Anterior: Geologia: Grupo encaixa Brasil em paleocontinente Próximo Texto: Ambiente 2: Reunião sobre Rio +10 começa desacreditada Índice |
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