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ANÁLISE
Também na pesquisa, Brasil vira o país das "commodities"
HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA
O Brasil está mesmo se tornando o país das "commodities". As áreas de produção
científica que mais puxam a
média nacional de publicações são ciências agrárias,
botânica e zoologia. Não chega a ser surpresa. Dinamismo
econômico e científico em
geral caminham juntos.
Já a ponta de baixo da tabela, a das áreas que se saem
pior, traz um dado inesperado. A lanterna não é ocupada
por um bastião das ciências
humanas, como muitos imaginariam, mas pela rubrica
economia e negócios.
A contribuição desse setor
ficou em 0,48% dos títulos
publicados em periódicos internacionais. É metade do
que produziu a sociologia.
É importante lembrar que
não conseguir publicar em
revistas internacionais não
significa necessariamente
baixa produção. Especialmente nas humanidades, a
tradição brasileira coloca
mais ênfase na produção de
livros, que raramente são indexados, do que de artigos.
Mesmo assim, seria interessante que as universidades fizessem diagnósticos
mais precisos de por que não
estão publicando. Num contexto de crescente concorrência por verbas, cérebros e
parcerias internacionais, o
imobilismo pode ser fatal.
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