São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Viagra pode ajudar ação de remédio de câncer, diz estudo

Droga contra disfunção erétil faz medicamento perder parte de efeito nocivo ao coração e o torna mais ativo

Pesquisa americana foi feita com as células de tumor de próstata em camundongos; uso para pessoas ainda demora

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR INTERINO DE CIÊNCIA

Além de ajudar quem tem disfunção erétil, o princípio ativo do Viagra talvez se revele um bom amigo de outra parte importante do aparelho reprodutor masculino: a próstata -em especial quando afetada pelo câncer.
Isso porque, de acordo com um novo estudo, a droga pró-ereção também é capaz de aumentar a eficácia da quimioterapia contra tumores de próstata. De quebra, o sildenafil, como é conhecido, minimiza efeitos colaterais do tratamento anticâncer.
Os resultados, é bom lembrar, foram obtidos com células cultivadas em laboratório e em testes com camundongos. Portanto, não é nem de longe recomendável que pessoas com a doença passem a utilizar o sildenafil por conta própria. Ainda falta validar o achado em seres humanos.
A droga que foi empregada junto com o princípio ativo do Viagra é a doxorrubicina, usada contra cânceres de próstata, ovário e mama, entre outros. Apesar de relativamente eficaz, ela provoca queda de cabelo, náusea, vômitos e problemas cardíacos em quem a utiliza.

POSITIVO
Por outro lado, já se sabia que a mesma substância do organismo bloqueada pelo sildenafil durante sua ação "erétil" também é muito ativa em tumores. Já havia a promessa, portanto, de que o Viagra e outras drogas parecidas com ele pudessem ter esse efeito positivo.
Foi o que mostrou a equipe da Universidade da Comunidade da Virgínia (EUA) liderada por Rakesh Kukreja. Em estudo que sairá na revista científica "PNAS", Kukreja e colegas aplicaram com sucesso a dupla de drogas contra células tumorais e contra tumores de próstata implantados em camundongos.
O que eles viram, em suma, é que a combinação de substâncias aumenta a morte de células do câncer, ao mesmo tempo em que protege o coração dos roedores de maiores danos.
O mecanismo pelo qual isso acontece ainda não está claro, mas é possível que o uso desenfreado de oxigênio por parte das células tumorais tenha algo a ver com o efeito. O plano, agora, é passar para testes em pessoas.


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