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Viagra pode ajudar ação de remédio de câncer, diz estudo
Droga contra disfunção erétil faz medicamento perder parte de efeito nocivo ao coração e o torna mais ativo
Pesquisa americana foi
feita com as células de
tumor de próstata em
camundongos; uso para
pessoas ainda demora
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR INTERINO DE CIÊNCIA
Além de ajudar quem tem
disfunção erétil, o princípio
ativo do Viagra talvez se revele um bom amigo de outra
parte importante do aparelho reprodutor masculino: a
próstata -em especial quando afetada pelo câncer.
Isso porque, de acordo
com um novo estudo, a droga
pró-ereção também é capaz
de aumentar a eficácia da
quimioterapia contra tumores de próstata. De quebra, o
sildenafil, como é conhecido,
minimiza efeitos colaterais
do tratamento anticâncer.
Os resultados, é bom lembrar, foram obtidos com células cultivadas em laboratório
e em testes com camundongos. Portanto, não é nem de
longe recomendável que pessoas com a doença passem a
utilizar o sildenafil por conta
própria. Ainda falta validar o
achado em seres humanos.
A droga que foi empregada
junto com o princípio ativo
do Viagra é a doxorrubicina,
usada contra cânceres de
próstata, ovário e mama, entre outros. Apesar de relativamente eficaz, ela provoca
queda de cabelo, náusea, vômitos e problemas cardíacos
em quem a utiliza.
POSITIVO
Por outro lado, já se sabia
que a mesma substância do
organismo bloqueada pelo
sildenafil durante sua ação
"erétil" também é muito ativa em tumores. Já havia a
promessa, portanto, de que o
Viagra e outras drogas parecidas com ele pudessem ter
esse efeito positivo.
Foi o que mostrou a equipe
da Universidade da Comunidade da Virgínia (EUA) liderada por Rakesh Kukreja. Em
estudo que sairá na revista
científica "PNAS", Kukreja e
colegas aplicaram com sucesso a dupla de drogas contra células tumorais e contra
tumores de próstata implantados em camundongos.
O que eles viram, em suma, é que a combinação de
substâncias aumenta a morte de células do câncer, ao
mesmo tempo em que protege o coração dos roedores de
maiores danos.
O mecanismo pelo qual isso acontece ainda não está
claro, mas é possível que o
uso desenfreado de oxigênio
por parte das células tumorais tenha algo a ver com o
efeito. O plano, agora, é passar para testes em pessoas.
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