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ANTÁRTIDA
Brasil não vai desativar estações
meteorológicas, afirma governo
DE SÃO PAULO - O presidente do
CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), Carlos Aragão,
disse ontem que "não há a menor hipótese" de que as três estações meteorológicas que o
Brasil mantém na Antártida
sejam desativadas.
A coleta de dados pelas estações ficou ameaçada depois
que o projeto de pesquisa meteorológica do Proantar (Programa Antártico Brasileiro) foi
extinto, em abril deste ano,
após perder um edital.
"O CNPq não deixará de financiar nenhum projeto estratégico para o país", afirmou o
presidente à Folha.
Segundo Aragão, o projeto
de meteorologia liderado por
Alberto Setzer, do Inpe, que
coleta dados na região há 25
anos, ficou em trigésimo lugar
do edital aberto em 2009 para
apoiar o Proantar. Só 19 projetos foram contemplados.
"A comunidade que faz pesquisa antártica cresceu, a
competição aumentou, e projetos que tiveram melhor qualidade foram contemplados."
Aragão diz que o edital provavelmente não foi "o instrumento adequado" para o projeto de meteorologia, e que este poderia ser financiado por
carta-convite (quando há poucos grupos especializados numa área) ou por encomenda
(quando só um grupo pode
executar o projeto).
O Inpe também poderia financiar diretamente a manutenção da coleta de dados.
Segundo o glaciologista Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, a parte científica da pesquisa meteorológica foi absorvida pelos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
da Antártida, criados em 2008.
O que fica de fora é o serviço
de previsão do tempo na Estação Antártica Comandante
Ferraz, onde o Brasil faz pesquisa. Segundo ele, esse serviço deveria ser bancado pela
Marinha. "Isso não é atribuição do CNPq."
(CLAUDIO ANGELO)
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