São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Pesquisa rendeu Prêmio Ig Nobel a francês

DE SÃO PAULO

O caso da "memória da água" foi uma das maiores polêmicas científicas do fim do século passado. Além de pôr em desgraça um médico brilhante, o episódio ajudou a desacreditar de vez a homeopatia entre os cientistas.
O médico era Jacques Benveniste, imunologista do Instituto Nacional de Saúde da França. Em 1988, ele propôs que uma solução diluída a ponto de não conter traço de molécula ativa ainda poderia ter atividade biológica.
A descoberta mostraria que a água tinha algum tipo de "memória" das substâncias nela dissolvidas. Isso poderia explicar o funcionamento da homeopatia.
Benveniste mandou o relato da descoberta para a revista "Nature". O editor da "Nature", John Maddox, concordou em publicá-lo, contanto que o laboratório de Benveniste se submetesse a uma inspeção posterior.
A comissão encontrou traços de contaminação do laboratório. O experimento não pôde ser reproduzido.
O artigo foi anulado pela "Nature", e Benveniste perdeu todo o financiamento público e o prestígio. Ganhou duas vezes o Prêmio Ig Nobel, o Nobel de gozação.
Em entrevista à Folha em 2002, o pesquisador disse que o episódio ajudou a criar uma dupla resistência: homeopatas pararam de tentar publicar em periódicos de prestígio e estes passaram a recusar qualquer coisa que viesse de homeopatas.


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