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Lei florestal ajuda país no clima, diz Minc
Ministro do Meio Ambiente afirma que abrandamento de legislação enfraquece Brasil em Copenhague
ROBERTO DIAS
EM BARCELONA
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse ontem
que o abrandamento da legislação florestal poderia enfraquecer a posição brasileira nas negociações da conferência do clima de Copenhague.
"Alguém vai chegar e dizer:
"Vem cá: o Brasil está cantando
de galo que vai cortar o desmatamento e aprova uma lei que
permite desmatar mais'", afirmou o ministro, que diz não enxergar possibilidade de alguma
medida desse tipo ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Existe uma disputa no governo por causa da entrada em vigor do decreto presidencial sobre regularização ambiental,
em dezembro. O Ministério da
Agricultura quer aumentar o
número de propriedades que
não serão obrigadas a recompor suas reservas legais.
Minc está em Barcelona para
uma reunião de emergência
que tenta salvar as negociações
para Copenhague. O encontro
na Espanha, que começou ontem e acabará amanhã, foi convocado pela ministra dinamarquesa Connie Hedegaard, anfitriã do evento de dezembro.
Barcelona foi escolhida porque será palco, na semana que
vem, do último encontro preparatório para Copenhague.
Minc não participará. De volta
ao Brasil, ele terá uma reunião
com Lula na terça-feira para
tentar fechar a proposta que o
governo levará a Copenhague.
Essa proposta é um dos trunfos com que conta o ministro
na discussão em Barcelona. "O
que está em cima da mesa são
reduções de 30% a 40% da tendência de crescimento para
2020", afirmou ele. Na simulação, considera-se um crescimento anual do PIB de 4% até
lá. O ministério já conseguiu
formatar uma proposta de redução da emissão de gases em
35% para apresentar ao Planalto, mas tentará aumentar esse
número até terça.
Em Barcelona, o governo
alardeia também o fato de ter
alcançado a menor taxa de desmatamento em 20 anos e a
aprovação, na Câmara, de um
fundo para mudança climática
e, em São Paulo, de uma lei com
metas de corte de emissões.
Minc defendeu ontem que a
delegação brasileira em Copenhague seja chefiada pela ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff. "Independentemente de ela ser candidata ou não, é
a ministra mais importante do
governo. Todo mundo sabe disso", afirmou. "Se não fosse a
Dilma, alguém poderia dizer:
"Ela é produtivista e não dá bola
para o clima". No que vai a Dilma, ficam dizendo: "O governo
está botando alguém mais produtivista para cuidar do clima".
Sempre alguém vai criticar."
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