|
Texto Anterior | Índice
POLÍTICA CIENTÍFICA
Proposta sobre o CNPq é fraca, afirma Vogt
DA REPORTAGEM LOCAL
Para Carlos Vogt, presidente da
Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo),
as propostas para ciência, tecnologia e inovação (CT&I) que estão
sendo discutidas pela equipe de
transição do governo Lula representam alguns dos anseios da comunidade científica, mas não vão
fundo o suficiente no caso do
CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Segundo Vogt, o órgão
não veria seus problemas resolvidos só com aumento de verbas.
"Seria preciso dar autonomia ao
CNPq. Hoje o presidente do órgão não tem mandato, nem os diretores", diz. "Qualquer mudança
dos humores políticos pode mudar todo o quadro da instituição."
Além disso, faltaria ao órgão a
possibilidade de gerir seus próprios recursos. Para Vogt, a solução seria transformar o CNPq em
um órgão mais independente, seguindo os moldes da Fapesp.
As propostas incluem também
a reversão do status de organização social (entidade privada que
estabelece contratos com o governo) do CGEE (Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos), responsável pelo suporte técnico aos comitês gestores dos fundos setoriais.
"Para nós isso é uma surpresa.
Não era essa a sinalização que estávamos recebendo do grupo de
transição", disse Lélio Fellows Filho, chefe da assessoria técnica do
CGEE. "O credenciamento como
organização social é decreto presidencial. Se o presidente entender assim, pode revertê-lo."
Outras propostas, que incluem
a revisão das conclusões do Relatório Tundisi (que avaliou as unidades de pesquisa do MCT e sugeriu o fechamento de cursos em
algumas delas), foram discutidas
ontem pela equipe de transição
do governo, na Coppe/ UFRJ
(Instituto Alberto Luiz Coimbra
de Pós-Graduação e Pesquisa em
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Em contato com a Folha, o físico Ildeu de Castro Moreira, coordenador de CT&I na equipe de
transição, disse que os documentos são preliminares e correspondem apenas a posições discutidas
nos subgrupos de trabalho da
equipe se transição, que ainda são
objeto de deliberação.
Glaci Zancan, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, não comentou as
propostas. "Se não recebi nenhum documento formal, então a
coisa está em discussão interna."
Texto Anterior: Arqueologia: Brasileiro desfaz mito de viking português Índice
|