São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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Vazamento segue e EUA já falam em "esperar pelo pior"

Injeção de lama falha e BP diz que seria positivo parar fluxo até agosto

BP agora tentará barrar o óleo colocando sobre o vazamento uma nova cúpula; a estratégia, porém, já falhou antes

Jae Hong/Associated Press
Na Louisiana, grupo se reúne para limpar os resíduos de petróleo que chegam à praia

DE SÃO PAULO

Após o fracasso de sua operação para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, a BP anunciou ontem um novo plano, enquanto admite que não conseguirá fazer o vazamento parar nas próximas semanas.
"Se conseguirmos conter o fluxo do poço até agosto, fazendo com que não se derrame mais óleo no mar, será uma saída positiva", disse Bob Dudley, diretor-geral da BP, após constatar que a tentativa de injetar resíduos sólidos no poço não havia conseguido deter o óleo.
Essa estratégia, chamada de "Top Kill", foi abandonada em definitivo. "Estamos decepcionados. Não fomos capazes de controlar o fluxo do poço. O vazamento foi enorme", disse Dudley. A BP tinha dito antes que o "Top Kill" tinha entre 60% e 70% de chance de funcionar.
Enquanto isso, Carol Browner, conselheira sênior de Barack Obama na área ambiental, disse que o governo está "se preparado para o pior". Ela disse que "o povo americano precisa saber" que a Casa Branca está preocupada com a possibilidade de o problema não se resolver nos próximos meses.
Pelo menos 80 milhões de litros do combustível fóssil foram derramados no mar desde o desastre começou, há cinco semanas.
Browner reafirmou que o desastre ambiental é "provavelmente o pior que já enfrentamos neste país", deixando para trás o derramamento de óleo provocado pelo petroleiro Exxon Valdez, no Alasca, em 1980.

TENTE OUTRA VEZ
A BP tentará agora usar uma cúpula de contenção similar à utilizada no início de maio. Ela falhou porque cristais de gelo se formaram, impedindo que o petróleo fosse canalizado a uma plataforma na superfície.
Segundo Dudley, o fracasso trouxe lições para os engenheiros que poderiam ser utilizadas na nova cúpula.
O chefe das operações da BP, Doug Suttles, admite, porém, que mesmo se a operação for bem sucedida, só poderá conter parte do petróleo. Isso porque os engenheiros perceberam que não será possível fazer uma cúpula com um encaixe perfeito, que canalize todo o petróleo.
Por isso, a empresa está fazendo novas perfurações. A ideia é canalizar o petróleo por um poço secundário, fazendo com que a pressão do reservatório diminua e o vazamento se reduza até parar.
Essas perfurações vão levar, porém, pelo menos dois meses até ficarem prontas. A conselheira de Obama reforçou que o governo está pressionando a BP para que elas saiam o quanto antes.

Com "New York Times" e agências internacionais


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