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China e iniciativa privada são as únicas esperanças de retorno à Lua

Quarenta anos após pouso lunar comandado por Neil Armstrong, expectativas de volta ao satélite são baixas

Na era Bush, Nasa quis retomar exploração tripulada da Lua, mas Obama cancelou o plano por causa de orçamento

Chip Somodevilla/Getty Images/France Presse
O senador Mitch McConnell participa da convenção nacional do partido republicano, que fez um tributo ao astronauta
O senador Mitch McConnell participa da convenção nacional do partido republicano, que fez um tributo ao astronauta

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais de quatro décadas após a primeira chegada do homem à Lua, protagonizada pelo comandante da Apollo 11 Neil Armstrong -morto no sábado (25), aos 82 anos-, as perspectivas de um retorno nos próximos anos nunca foram tão baixas. Um forte contraste com o que se imaginava apenas três anos atrás.

Durante o governo Bush, a Nasa trabalhou para reconstruir os passos do Projeto Apollo e retomar a exploração tripulada da Lua.

Entretanto, diante de dificuldades orçamentárias, Barack Obama decidiu cancelar, em 2010, o plano e voltar a agência espacial americana para uma estratégia de incentivo à exploração comercial do espaço.

A ideia é acelerar o desenvolvimento de um substituto dos ônibus espaciais por meio de concorrência entre empresas e, com isso, baratear o custo de manutenção dos atuais programas. Em tese, se o esforço prosperar, sobra mais dinheiro para tentar algo que vá além de visitas à Estação Espacial Internacional, nas imediações da Terra.

No entanto, no atual clima financeiro é mais provável que a redução nos custos se transforme em novos cortes ao orçamento da Nasa nos próximos anos, em vez de alimentar projetos ousados de exploração.

As empresas que agora disputam recursos da Nasa para desenvolver novas cápsulas espaciais naturalmente sonham com o retorno à Lua -e o dinheiro que poderão ganhar com ela.

A companhia dos EUA SpaceX, por exemplo, tem até mesmo uma família de foguetes em fase de projeto que poderia fazer o serviço. Falta quem pague a conta.

Em maio, a nave Dragon, da SpaceX, decolou rumo a ISS (Estação Espacial Internacional) e entrou para a história como o primeiro veículo de uma empresa particular a se acoplar à estação.

CHINA

Diante disso, no momento, só uma nação fala sério a respeito de missões tripuladas à Lua: China.

O programa espacial chinês é planejado majoritariamente longe dos olhos da mídia, mas sabe-se que há planos para construir um superfoguete com capacidade para impulsionar uma espaçonave tripulada na direção da Lua -um equivalente do antigo Saturn V americano.

Há apenas dois meses, em meio a uma intensa cobertura da imprensa estatal, uma tripulação formada por três astronautas da China -incluindo Liu Yang, 33, a primeira mulher do país em órbita- realizou seu primeiro acoplamento com um módulo em órbita.

E em julho, a agência estatal de notícias do país afirmou que a China tem planos de pousar sua primeira sonda na Lua em 2013.

No momento, a China trabalha com precursores não tripulados, mas não seria surpreendente se o país oriental anunciasse nos próximos anos uma data concreta para o envio de taikonautas ao solo lunar. Contudo, essa futura visita não deve acontecer em menos de uma década.

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