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Pães da 5ª geração

Especializada em pão italiano, fábrica familiar na Mooca entrega na casa de fregueses desde 1917

MARÍLIA MIRAGAIA
DE SÃO PAULO
Karime Xavier/Folhapress/SÃO PAULO, SP, BRASIL,-
Os irmãos Guilherme (à esq.), 27, e Gabriel Carillo, 26, preparam pães
Os irmãos Guilherme (à esq.), 27, e Gabriel Carillo, 26, preparam pães

Em 1914, o napolitano Raphaelle Carillo chegou em São Paulo com experiência acumulada em seu restaurante, na Itália. Foi morar na Mooca, reduto de imigrantes daquele país. Lá, deu início a outro negócio: uma padaria.

Percorria, todas as manhãs, as ruas de terra do bairro e arredores para entregar o pãozinho direto na casa dos fregueses -de charrete.

Hoje, 94 anos depois, os bisnetos Guilherme, 27, e Gabriel Carillo, 26, trabalham com a mesma receita de pão.

A entrega, porém, é feita de carro, não mais de carroça. O trajeto estabelecido pelo bisavô, porém, continua o mesmo. "A rota é muito importante para a família. Não tem preço", diz Guilherme.

O endereço atual da fábrica de pães foi aberto pelo avô, seu Paschoal, há 29 anos, também na Mooca. Os irmãos já eram formados quando começaram a flertar com o negócio. Mas seu Paschoal relutava. "Ele queria fazer tudo sozinho e tinha ciúmes da massa", diz Guilherme.

Com o tempo, ganharam a confiança o avô. E aprenderam os macetes do pão italiano -entre abrir e enrolar a massa, Guilherme leva, agora, apenas sete segundos.

Decoraram os detalhes do percurso -que começa a ser feito às 10h, quando fica pronta a primeira fornada.

Também sabem as preferências de cada freguês -pão branquinho ou mais moreno, pequeno, grande ou recheado- e como deixar a mercadoria na porta de casa das famílias, freguesas há duas, por vezes, três gerações.

"Entregamos mesmo que os donos não estejam em casa, como costuma acontecer com jornais. [O pão] fica preso no portão", diz Guilherme.

Apenas nos finais de semana o portão de ferro da fábrica é aberto para clientes.

Os irmãos, que agora comandam o ponto, pretendem ampliar o horário. Por enquanto, fica aberto enquanto dura a fornada. E o expediente começa cedo: a partir das 4h, no sábado, já tem pão para quem sai da balada.

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