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Guias divergem na avaliação do mesmo restaurante Com critérios distintos de classificação, 'Michelin' e 'Zagat', populares nos EUA, têm resultados diferentes Lugares com pontuação alta e ótima reputação em um não recebem nenhuma estrela nas páginas do concorrente ISABELLE MOREIRA LIMACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CHICAGO O restaurante francês Les Nomades, em Chicago, está entre os três com a melhor avaliação da cidade pelo guia "Zagat", com 29 pontos (de um teto de 30), mas é citado sem estrelas no "Michelin". O Schwa, também com 29 pontos, ganhou apenas uma estrela no concorrente. Em Nova York, o Sushi Yasuda, com 28 pontos no "Zagat", não tem uma estrela sequer no "Michelin". Nenhuma. Zero. A semelhança entre os guias de restaurantes "Michelin" e "Zagat", os dois mais populares nos Estados Unidos, praticamente se resume ao vermelho da capa. Enquanto o primeiro mantém um exército de inspetores sob uma severa política de sigilo, o segundo se baseia em um compilado de opiniões des "pessoas físicas". Essa diferença é fundamental para o produto final -enquanto o "Michelin" traz críticas diretas, fruto da visão de especialistas, o "Zagat" pode causar estranhamento pelo abuso de citações. Aos 112 anos, o guia "Michelin" é conhecido em todo o mundo por seu sistema rigoroso. No mercado americano, porém, é um novato. Chegou à América em 2005, quando foi publicado o guia 2006 de Nova York. Naquela época, o mercado já era dominado pelo "Zagat", que começou como um hobby, em 1979, quando o casal Tim e Nina Zagat criou um banco de dados com opiniões dos amigos sobre diferentes restaurantes. Hoje, o guia cobre mais de cem países e tem 350 mil colaboradores. O "Zagat" avalia comida, decoração e serviço com notas de zero a 30. Os restaurantes com a maior nota, popularidade e importância ganham um selo especial. Traz análises de dados (no guia de Nova York 2012, 32% estão gastando mais quando comem fora de casa, por exemplo), listas de novos restaurantes e até de tendências -a cozinha do sul dos EUA e telhados retráteis são dois hits desta temporada. Entre os critérios adotados pelo "Michelin" estão a boa cozinha (pontuado com estrelas, de zero a três, ou com o selo Bib Gourmand, para as casas com bom custo-benefício) e o conforto. O guia indica se há boa carta de vinho e especificidades do ambiente. Mas nem só de sucesso vivem os guias. O "Michelin" teve dificuldades para se firmar nos EUA e afroxou a postura para atrair a atenção local. Hoje, em seu site, há um vídeo em que uma investigadora, sem mostrar o rosto, fala sobre o trabalho. O grupo mantém contas no Twitter com novidades sobre a cena gastronômica das cidades. Mas o esforço parece não ser suficiente. Na edição Chicago 2012, o restaurante Next, caçula do premiadíssimo chef Grant Achatz (do Alinea, único três estrelas de Chicago e considerado o sexto melhor do mundo pela revista "Restaurant"), não foi sequer citado, o que gerou polêmica. "O Next não precisa do 'Michelin'. É o mais exclusivo dos EUA", afirma Mike Sula, crítico do Chicago Reader, tradicional publicação local de cultura e gastronomia. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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