Pastel é eleito a receita mais paulistana

Quase metade dos participantes da votação "Qual é o mais paulistano dos pratos?", no site do "Comida", escolheu o pastel como emblema culinário.

A votação foi feita em homenagem aos 458 anos da cidade de São Paulo, e contava com 12.561 votos até o fechamento desta edição.

Estavam na lista outras receitas notórias, como o virado à paulista, o filé do Moraes e o cuscuz paulista.

A receita do pastel começou a ser apreciada na virada do século 20, segundo Ricardo Maranhão, coordenador do Centro de Pesquisas em Gastronomia Brasileira da Anhembi Morumbi.

"A trajetória dessa receita é uma história difícil, nunca foi muito pesquisada", diz.

O que se sabe é que a palavra pastelaria atravessa a história. Refere-se a massas ou pães, mas em versões assadas ou cozidas, sem ligação com a versão brasileira.

O registro mais próximo de que se tem notícia vem de 1680, em Portugal -uma receita de camarão envolto em massa crocante e frita.

Maranhão discorda dos que creditam à influência chinesa o surgimento da receita brasileira. "São massas completamente diferentes", diz. Mas foi essa colônia, na primeira metade do século 20, a responsável por impulsionar as pastelarias.

Outra colônia, a japonesa, somou-se ao esforço. Está em peso nas cerca de 800 feiras livres da cidade -onde o pastel é verdadeira obsessão.

Tanto, que a Prefeitura de São Paulo lançou há três anos o concurso "Melhor Pastel de Feira" da cidade. Para a vencedora das edições de 2009 e 2011, Maria Kuniko Yonaha, dona do Pastel da Maria, o segredo está na massa: "Ela tem de ser fina, crocante e sequinha", diz.

Em 2012, Maria não deve se inscrever. Ela espera um convite para participar do júri do concurso. (Marília miragaia)