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Uísque combina com coco, diz autor escocês

Para o especialista Dave Broom, que acaba de lançar no Brasil um atlas sobre a bebida, o destilado é versátil

Com pesquisa feita em 20 anos, livro traz fichas com características de 350 rótulos diferentes, do Reino Unido ao Japão

DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Perguntado sobre o uísque brasileiro (na carona do fato de o Brasil ter a cidade de maior consumo per capita da bebida no mundo, Recife), Dave Broom -escocês que estuda o destilado há mais de duas décadas- desconversa: "Sou fã da cachaça!".

Detentor do prestigioso título de "Master of the Quaich" (dado pelos produtores de uísque da Escócia a personalidades que contribuíram significativamente para a difusão da bebida), Broom, 52, levou "20 anos e seis meses", segundo diz, para reunir, num só livro, informações úteis para os amantes do uísque em todas as latitudes.

"O Atlas Mundial do Whisky", recém-lançado no Brasil, seleciona 150 destilarias em lugares tão díspares quanto Escócia e Japão e descreve impressões em 350 notas de degustação, além de organizar as principais regiões produtoras em 24 mapas.

De acordo com o especialista, o destilado vive uma renovação não só por conta dos "níveis de popularidade sem precedentes" que está alcançando -"na Ásia, no Leste Europeu, na África do Sul e na América do Sul, o uísque, especialmente o escocês, é sinônimo de sucesso", diz ele- mas também devido à proliferação de destilarias artesanais em todo o mundo.

A obra é resultado da percepção de que, ainda que existissem excelentes livros sobre seu líquido favorito (o outro é o rum, sobre o qual também tem títulos publicados), faltava algum que se concentrasse no sabor, o "elemento mais importante do uísque". Também procurou mostrar que "a bebida não é só propriedade da Escócia, mas algo global produzido em diversos países".

Talvez por isso Broom -professor e colunista de revistas especializadas como a norte-americana "Whisky Advocate" e a inglesa "Whisky Magazine"- se esforce em não sacralizar a bebida, algo que considera "sempre perigoso".

VERSATILIDADE

Sobre os novos apreciadores brasileiros, por exemplo, considera que, além de compartilhar uma garrafa (hábito incomum na Escócia), "veem o uísque como ele é: uma bebida bela e versátil adequada a todas as ocasiões".

Por isso, não recrimina combinações tropicais como o gelo de água de coco que no Brasil -e também no Caribe- é misturado com regularidade ao destilado.

"Trato cada uísque de acordo com seus próprios méritos. Se quero tomá-lo antes do jantar ou no início da noite, adiciono gelo e água com gás, por exemplo -não há muitos cocos por aqui!", diz o autor, que hoje vive no sul da Inglaterra, com a família.

"Na Escócia não colocamos gelo porque já faz frio."

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