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Análise

Casal de sommeliers se decepciona com a carta e o serviço de vinhos dos motéis

GABRIELA MONTELEONE
MANOEL BEATO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem já foi a um motel, e sei que são raros os leitores que jamais passaram por um, sabe que a sua ambientação procura salientar a sensualidade e o romantismo, tornando ainda mais prazeroso o encontro erótico.

Num momento em que o vinho se torna tão cultuado, fico surpreso com o descaso com que é tratado nos motéis, tanto em relação à elaboração da carta quanto ao serviço, sobretudo no que diz respeito a taças e abridores.

O vinho, incluindo os espumantes, é parte fundamental no despertar da sensualidade: o perfume sempre surpreendente, seus tons de cores, o paladar provocante, a gestualidade ao abrir uma garrafa, o ritual de servi-lo na taça e o lado lúdico de uma bebida que entusiasma.

A convite da Folha, visitamos [Beato e a namorada, a sommelier Gabriela Monteleone] três motéis, para analisar o vinho de cada um deles.

No Astúrias são inúmeros os erros da carta, como a seção de "champanhes importados" -que inclui um Asti italiano, do Piemonte, região muito distante da francesa Champanhe-, a ausência da safra, e o impressionante número de vinhos medianos, kitsch dos anos 70 e 80.

Uma carta que parou no tempo, um abridor de vinhos pouco prático, mas um bom atendimento por telefone.

Em alguns motéis, o vinho já chega aberto. Apesar de facilitar, é um erro básico. O vinho deve ser aberto ao alcance dos olhos do consumidor.

No Studio A a garrafa que pedimos chegou aberta, com a rolha toda espatifada. Um tinto chegou fora da temperatura, gelado e mergulhado num balde de gelo.

O atendimento foi bom, o que foi importante, pois faltavam alguns vinhos da já restrita carta. Mais uma vez as safras foram desprezadas.

Graficamente bem cuidada, a carta do Lumini descreve as características de cada vinho e as harmonizações adequadas para os pratos.

Por ter vinhos de apenas dois importadores, as opções são redundantes e restritas. São oito rótulos de um mesmo produtor: Terrazas. E não há sequer um vinho francês ou italiano, países de fundamental importância vinícola.

Mais uma carta que não menciona as safras. O vinho branco chegou adequadamente num balde com gelo, mas o abridor, de duas asas, dificultou a retirada da rolha.

Em todos os lugares, as taças eram adequadas, mas poderiam ser mais bonitas. A experiência nos deixou esperando que os motéis ofereçam mais aos enamorados.

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