São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011

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VINHOS O prazer de beber sem altas viagens

PATRÍCIA JOTA

As facetas do champanhe

É senso comum que uma garrafa de champanhe deve ser aberta só em ocasiões especiais. Mas a Moët & Chandon, uma das mais antigas maisons do norte da França, de 1743, está empenhada em acabar com esse ritual. Não por acaso, incumbiu seu chef de cave, Benoît Gouez, a atravessar o Atlântico para, pela primeira vez, representar a grife e estimular os brasileiros a beber mais champanhe (cujos rótulos variam de R$ 195 a R$ 350). Ele passou três dias em São Paulo para apresentar a safra histórica do Grand Vintage 2002. E falou à Folha.



Folha - Champanhe funciona só como aperitivo e em festas ou acompanha a refeição?
Benoît Gouez - A Moët & Chandon tem quatro rótulos, e cada um se adequa a uma ocasião. O Impérial, que recebeu esse nome em 1863 em homenagem a Napoleão, é o mais versátil: um brut que pode ser servido como aperitivo ou com pratos leves.
O Rosé Impérial foi lançado há cerca de 15 anos, é seco, mas mais frutado e acompanha moluscos grelhados e carpaccio de peixe tipo atum.
O Grand Vintage, um vinho mais complexo, envelhecido por seis ou sete anos, é o mais recomendado à mesa, harmoniza com ingredientes mais intensos. Para sobremesas e pratos mais apimentados temos o Nectar Impérial, um champanhe doce, para combinar.


O Impérial manteve o mesmo perfil ao longo dos séculos?
Ele era adocicado, mas hoje as pessoas preferem um champanhe seco, cítrico e fresco. A maison fez adaptações para estar em sintonia com o gosto do consumidor.


Como vocês garantem a consistência a cada safra numa região de clima tão instável?
O "blend" é o segredo da região de Champagne para contornar as variações das colheitas. No caso da Moët & Chandon, adicionamos ao vinho do ano outros de até quatro anos, antes da segunda fermentação em garrafa. Por isso a indicação "não safrado". Já o vintage é elaborado com uvas de única safra.


Ele evolui com o tempo?
Quando o champanhe é lançado, está pronto para ser consumido. Não vai ganhar qualidade com o tempo em garrafa.


Qual o fator mais importante para a qualidade dos vinhos?
Os vinhedos.


A colheita é manual?
Sim, é lei em Champagne. Anualmente, nas duas semanas de vindima, contratamos 3.500 trabalhadores extras.


Quantos enólogos são?
São nove pessoas na enologia. Todas as manhãs, pouco antes do almoço, nos reunimos para degustações. É importante praticar para manter os sentidos afinados.


De onde veio a ideia de criar o Ice Impérial, rótulo para ser servido com gelo?
Reparamos que nos meses quentes algumas pessoas acrescentavam gelo no champanhe para ficar mais refrescante. Só que o espumante clássico não foi feito para levar gelo. Por isso, decidimos criar um.

RAIO-X
BENOÎT GOUEZ


QUEM É
Chef de cave da Moët & Chandon

NO BRASIL
Veio divulgar o Ice Impérial, primeiro champagne para ser servido com gelo, que começará a ser vendido por aqui na véspera do verão

SUGESTÃO NACIONAL
ESPUMANTES MAIS ACESSÍVEIS


CASA VALDUGA 130 BRUT Aroma de padaria (brioche) e frutos cítricos. Na boca é seco, tem acidez e corpo médio
ONDE Vino Mundi (tel. 0/xx/11/4106-5346 e 0/xx/ 11/3045-0133)
QUANTO R$ 61,90


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