São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

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FOCO

Cuteleiro de São Bernardo acredita na alma das facas

Eduardo Knapp/Folhapress
Seu Lupércio, que faz facas, espadas e adagas na oficina que montou nos fundos de casa

DE SÃO PAULO

Seu Lupércio Jesus Fernandes, 69, acredita que as facas têm alma. Foram elas que, 20 anos atrás, o ajudaram a sair da depressão, quando a fábrica onde trabalhava como gerente de vendas faliu.
Para se distrair, começou a se dedicar às artes manuais. Partiu para a cutelaria depois que entrou numa loja de facas que tinha o seguinte aviso na porta: "Se você ganha menos de dez salários mínimos, não entre".
Autodidata, seu Lupércio montou a oficina nos fundos de casa. Ali, faz facas cujos preços vão de R$ 150 (a de cabo de madeira, para churrasco) a R$ 210 (longa e com cabo de celeron, para sashimi).
Para quem está começando a cozinhar, seu Lupércio recomenda um jogo com cinco facas: uma do chef, uma para legumes e outras para fatiar, serrar e desossar.
"Nas lojas especializadas, conjuntos como esses não saem por menos de R$ 600. Consigo fazer pelo preço de custo, entre R$ 350 e R$ 400."
O ofício rende objetos com outras finalidades, como decoração e rituais. "Tá vendo essa adaga?", pergunta.
"Fiz o cabo assim para as bruxas colocarem pó de 'pirlimpimpim&apos'. Aos descrentes, ele mostra o pedido da encomenda. Está lá: "Recipiente para pó mágico". (PPR)



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