São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011 |
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QUE COMAM BRIOCHES No Dia da Bastilha, comemorado hoje, chefs franceses falam da origem da frase atribuída à rainha Maria Antonieta às vésperas da revolução MARÍLIA MIRAGAIA DE SÃO PAULO Na versão contada pela diretora Sofia Coppola no filme Maria Antonieta, a jovem rainha, mulher de Luís 16, reage aos boatos: afirma que jamais teria dito "que comam brioches" ao povo famélico. Popularmente, a frase ficou marcada como sua resposta ao ser informada de que o povo reclamava da falta de pão em Versalhes, às vésperas da Revolução Francesa. A inquietação popular culminou no Dia da Bastilha, comemorado hoje na França. O dia que marcou o fim da monarquia -e da opulência da corte- tornou-se data para um dos festejos franceses mais populares, quando as ruas ganham bailes e fogos. "O brioche não deixa de ser um símbolo de certo luxo, como a cartola já foi", diz o francês Fabrice Le Nud, da confeitaria Douce France, em São Paulo. A referência ao brioche se justificaria pela presença de ingredientes nobres na receita (ovos e manteiga, itens caros aos plebeus). Há outras versões para a anedota. Para o chef Laurent Suaudeau, da Escola da Arte Culinária, "é o retrato de um confronto, de quem teve dificuldade de se envolver com a sociedade francesa". Para ele, o relato é falso, e teria o objetivo de escancarar a imagem de uma rainha indiferente, a qual muitos faziam questão de lembrar que não era francesa. Antonieta era austríaca. Lenda ou não, o brioche ganhou notoriedade com a história. Classificado como "viennoiserie", tradição francês que nomeia itens como croissant, o brioche tem sua primeira menção por volta do ano 1.400, mas a origem segue controversa. Na composição da massa rica e elástica constam farinha, manteiga, açúcar e ovo. Pode assumir diversos formatos, segundo a região da França em que é feito. A boa receita precisa ter o processo de fermentação respeitado (sendo preparada na véspera), ser batida à mão e obedecer o tempo correto de incorporação dos ovos. Emmanuel Bassoleil, chef do restaurante Skye, também em São Paulo, ressalta a versatilidade do brioche. "Alguns o usam tostado. Outros com agregados, como frutas secas ou confitadas", diz. Com geleia, foie gras ou queijo, algo é certo ao se encontrar a fornada perfeita. Macia, perfumada e rescendendo à manteiga, é até capaz de tornar a troca plausível: o reino por um brioche. FOLHA.com Veja a receita do brioche folha.com/co942619 Texto Anterior: Fogo alto - Alex Atala: A gastronomia está ficando chata Próximo Texto: Onde comer Índice | Comunicar Erros |
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