São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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Atraídos pelo desejo

Loucos por açúcar escolhem os restaurantes mais pela sobremesa

JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Renato Castro, 41, se encontra com um grupo de amigos uma vez por mês para ir a algum restaurante que nenhum deles conheça.
Fanático por sobremesas, diz ouvir críticas dos colegas. "A moda agora é pedir café sem açúcar e recusar a sobremesa. Meus amigos acham que isso é comer bem. Pois então eu quero comer mal como os romanos, que colocavam mel em tudo e faziam reunião deitados", conta o historiador, que já foi acusado de ter "paladar infantil" em um fim de namoro.
Para ele, não há um cheesecake de frutas vermelhas como o do 210 Diner nem um frozen como o do America. Este último é o campeão de citações entre os loucos por sobremesa, que escolhem onde comer em função do doce que fechará a refeição.
É o caso da empresária Renata Dias, 31, que frequentava a rede por causa dos filhos.
Depois que provou o frozen de brigadeiro, também virou fã. Para atender Renata e outra legião de formigas, a rede estima servir 7.000 frozens por semana em suas 14 sucursais em São Paulo.
A receita, que é o carro-chefe da marca desde 1985, ganha versões desde a mais simples ""só com calda"" até as mais calóricas, que levam farofa, creme de chantili e Nutella em uma taça capaz de implodir qualquer reunião de dieta dos Vigilantes do Peso.
A arquiteta Tatiana Marques, 36, escolhe os restaurantes que frequenta pela oferta de doces. "Às vezes janto em um restaurante, mas vou buscar a sobremesa em outro", confessa. Entre os favoritos estão o merengue do Pomodori, com frutas vemelhas e sorvete de mascarpone, e o "pot-pourri" de doces brasileiros, servido com creme azedo no Caroline.
Paulo Santos, 56, é leitor dos cardápios de sobremesa há 20 anos: "É a minha carta de vinhos", define.
Para ele, os restaurantes estão sofisticando as opções: "Antes não tinha isso de chef-pâtissier ser conhecido nem de o cardápio de sobremesas dialogar com o dos pratos principais. Era pudim de leite no pé sujo e na casa chique", diz o empresário, que conhece o cardápio do Le Marais de cor.


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