São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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INDICADOR DE MÃO-DE-OBRA

Contrato reduz atraso e perda de material

Documento deve prever multa por desrespeito aos prazos e pagamento final só após o término do serviço

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Vasculhar sites e telefonar para empresas, escolas e associações que fazem bancos de currículos de profissionais é um bom começo, mas os cuidados não devem parar por aí.
"É preciso checar trabalhos e conversar com pessoas que já contrataram o indicado, para saber se é de confiança", diz a arquiteta Paula Nicolini, 40.
Aceitando a indicação da imobiliária, o engenheiro de alimentos Pedro Habesch Oliveira, 31, passou por maus bocados para reformar a cozinha de seu novo apartamento.
Ele queria fazer reparos como trocar pisos e azulejos, fechar um vão e fazer duas muretas de blocos de vidro. O detalhe é que o profissional não sabia assentar os blocos, conforme revelou depois. Resultado: Oliveira gastou mais R$ 3.000 para refazer as muretas (por defeito nos rejuntes), o piso e o vão que foi coberto.
"O piso não ficou nivelado, e o vão entre a cozinha e a sala, que foi fechado, deu origem a uma protuberância na parede."
Para o presidente do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo), Antonio de Sousa Ramalho, 57, mesmo a indicação de fabricantes, deve ser averiguada. "Os cursos são muito superficiais e rápidos. Dão só noções gerais."
"Arquitetos e engenheiros têm equipe formada e podem indicar diversos profissionais", defende Nicolini.
Escolhido o profissional, é importante redigir um contrato detalhado, com orçamento, prazos para cada etapa da obra, especificação de materiais e serviços e multas por atraso.
"Se parcelar, deixe o pagamento da última mensalidade para 30 dias após o prazo estipulado para a conclusão da obra", aconselha o arquiteto Gustavo Calazans, 32. "É um tipo de garantia de que pequenos reparos serão executados sem grande demora, como sifão vazando, pequenas falhas de execução e curto-circuito."

De olho na obra
Mas nem sempre o contrato assegura a qualidade. "Principalmente se ele não estipular punição para atrasos", crava a consultora comercial Solange Bonatti, 32, que há oito meses espera poder desfrutar da água fresca da piscina no quintal.
Por fim, acompanhe todas as etapas da obra e exija um relatório com prestação de contas, baseado em orçamento e prazo iniciais, explicando o que se gastou, o que se concluiu e o que deverá ser comprado, além de novos prazos. (GIOVANNY GEROLLA)

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