|
Próximo Texto | Índice
Chove (só) lá fora
Proteção de longo prazo contra umidade, que dura até 30 anos, deve ser feita antes da chegada das águas de verão
Joel Silva - 05.ago.2008/Folha Imagem
|
|
A água entra por telhas quebradas, calhas mal dimensionadas e rachaduras na parede
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se o jingle de uma loja dizia
"não adianta bater, eu não deixo você entrar" para o frio, barrar a água da chuva requer ainda mais cuidados devido aos
danos que ela pode causar à estrutura da casa.
Ainda dá tempo de tomar
medidas preventivas para não
precisar "apagar incêndios"
quando o aguaceiro de verão
cair. A principal pode ser providenciada já na fase de construção do imóvel -a impermeabilização, que custa no máximo
2% do preço da obra.
"Depois [de o imóvel estar
pronto], o mesmo serviço chega a custar cinco vezes mais",
calcula Marcelo Ming, engenheiro da Lwart Química, que
fabrica impermeabilizantes.
Para construir uma casa "à
prova d'água", Ming aponta a
impermeabilização das paredes até uma altura de 60 cm do
chão, o tratamento da fundação
e a adoção de um telhado com
bom caimento e um sistema de
escoamento compatível com o
seu tamanho.
A garagem da engenheira civil Lilian Sarrouf, 46, não recebeu atenção prévia e deu trabalho na hora de fazer a manutenção. "A maior dificuldade foi retirar três metros de terra do lado de fora da garagem", conta.
Ela aconselha quem tiver
áreas mais expostas à umidade
a investir em uma impermeabilização de longo prazo, que chega a durar 30 anos.
"Às vezes não vale a pena colocar um granito em uma laje
que terá de ser tratada novamente dali a alguns anos."
Segundo a coordenadora do
departamento técnico da fabricante Vedacit/Otto Baumgart,
Eliene Ventura, refazer o tratamento de um piso de laje custa
cerca de R$ 28 por m2, incluindo mão-de-obra e produtos necessários, mas "sem levar em
conta o revestimento".
O valor cai para R$ 8 se a impermeabilização é feita durante a construção, diz Ventura.
Acompanhamento
Para Ventura, é importante
que o morador tenha noção de
como devem ser construídas
certas partes da casa: "Se quando chove a laje vira uma piscina, é porque o pedreiro falhou
no caimento", pontua.
Também vale a pena ficar de
olho na hora da aplicação dos
impermeabilizantes. "O dono
do imóvel deve ler as instruções
no rótulo para saber se os pedreiros estão trabalhando como o sugerido", salienta.
A consultora Ana Lúcia Prado, 49, investiu mais de
R$ 2.500 para que sua nova casa ficasse protegida da chuva e
dos lençóis freáticos: "A casa
onde eu morava tinha muita infiltração, gastei mais agora para
não ter dor de cabeça".
Ela também acompanhou de
perto a construção. "Mergulhei
na "literatura" da engenharia civil. Como no dia-a-dia ficávamos eu, o mestre-de-obras e os
pedreiros, sentia mais segurança com as informações."
Próximo Texto: Telhados e calhas devem ser adequados Índice
|