São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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Chove (só) lá fora

Proteção de longo prazo contra umidade, que dura até 30 anos, deve ser feita antes da chegada das águas de verão

Joel Silva - 05.ago.2008/Folha Imagem
A água entra por telhas quebradas, calhas mal dimensionadas e rachaduras na parede

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se o jingle de uma loja dizia "não adianta bater, eu não deixo você entrar" para o frio, barrar a água da chuva requer ainda mais cuidados devido aos danos que ela pode causar à estrutura da casa.
Ainda dá tempo de tomar medidas preventivas para não precisar "apagar incêndios" quando o aguaceiro de verão cair. A principal pode ser providenciada já na fase de construção do imóvel -a impermeabilização, que custa no máximo 2% do preço da obra.
"Depois [de o imóvel estar pronto], o mesmo serviço chega a custar cinco vezes mais", calcula Marcelo Ming, engenheiro da Lwart Química, que fabrica impermeabilizantes.
Para construir uma casa "à prova d'água", Ming aponta a impermeabilização das paredes até uma altura de 60 cm do chão, o tratamento da fundação e a adoção de um telhado com bom caimento e um sistema de escoamento compatível com o seu tamanho.
A garagem da engenheira civil Lilian Sarrouf, 46, não recebeu atenção prévia e deu trabalho na hora de fazer a manutenção. "A maior dificuldade foi retirar três metros de terra do lado de fora da garagem", conta.
Ela aconselha quem tiver áreas mais expostas à umidade a investir em uma impermeabilização de longo prazo, que chega a durar 30 anos.
"Às vezes não vale a pena colocar um granito em uma laje que terá de ser tratada novamente dali a alguns anos."
Segundo a coordenadora do departamento técnico da fabricante Vedacit/Otto Baumgart, Eliene Ventura, refazer o tratamento de um piso de laje custa cerca de R$ 28 por m2, incluindo mão-de-obra e produtos necessários, mas "sem levar em conta o revestimento".
O valor cai para R$ 8 se a impermeabilização é feita durante a construção, diz Ventura.

Acompanhamento
Para Ventura, é importante que o morador tenha noção de como devem ser construídas certas partes da casa: "Se quando chove a laje vira uma piscina, é porque o pedreiro falhou no caimento", pontua.
Também vale a pena ficar de olho na hora da aplicação dos impermeabilizantes. "O dono do imóvel deve ler as instruções no rótulo para saber se os pedreiros estão trabalhando como o sugerido", salienta.
A consultora Ana Lúcia Prado, 49, investiu mais de R$ 2.500 para que sua nova casa ficasse protegida da chuva e dos lençóis freáticos: "A casa onde eu morava tinha muita infiltração, gastei mais agora para não ter dor de cabeça".
Ela também acompanhou de perto a construção. "Mergulhei na "literatura" da engenharia civil. Como no dia-a-dia ficávamos eu, o mestre-de-obras e os pedreiros, sentia mais segurança com as informações."

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