São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008 |
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Selo se adapta à realidade do Brasil
Certificado de origem francesa para obras sustentáveis é o primeiro a se adequar ao país
CRISTIANE CAPUCHINHO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Construtores e incorporadores brasileiros ganharam, na semana passada, a primeira alternativa para certificação de empreendimentos sustentáveis com adaptações às condições do país. O selo Aqua (Alta Qualidade Ambiental), coordenado pela Fundação Vanzolini, fará companhia ao Leed (Liderança em Energia e Desenho Ambiental, sigla em inglês), selo americano já utilizado no Brasil. Ambos definem pré-requisitos e processos que devem ser atendidos pela obra, mas o Aqua trabalha com auditorias em lugar de apenas documentos, além de ter passado por ajustes à realidade brasileira. Entre eles, um maior apelo por canteiros de obras com baixo impacto ambiental e pela gestão dos resíduos provenientes da construção. O principal objetivo da certificação é pensar a sustentabilidade como processo construtivo e não apenas como resultado. Para tanto, foi elaborada uma espécie de manual, de mais de 200 páginas, com metas de desempenho da obra. Modelo europeu As especificações dão conta de questões referentes a economia de energia e de água, otimização do uso de resíduos, emprego de materiais recicláveis, conforto e qualidade sanitária, entre outros. A certificação Aqua é uma versão das normas utilizadas na França pelo HQE (Haute Qualité Environnementale). A adaptação para o Brasil foi feita por especialistas da Fundação Vanzolini e dos departamentos de engenharia civil e de produção da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), com assistência do francês CTBS (Centro Tecnológico para Edificações Sustentáveis, sigla em francês). O processo de certificação do Aqua prevê reuniões de auditores com os responsáveis pelo projeto e visitas durante três fases da obra: planejamento, projeto e conclusão. Em um primeiro momento, o selo será válido apenas para empreendimentos comerciais, mas há intenção de estendê-lo para residenciais. Projeto universal O grupo responsável pela adaptação também tem parte no projeto de um modelo universal para construções verdes. Ele foi desenvolvido pela organização não-governamental GEA (Aliança Ambiental Global, na sigla em inglês), que reúne especialistas de vários países, como França e Inglaterra. De acordo com Joaquim Ferreira, diretor da área de certificação da Fundação Vanzolini, os grupos devem sugerir modificações e harmonizações das regras de certificação para as realidades de cada país. "A espinha dorsal será comum, mas com abertura para uma interpretação local", explica o professor da Poli-USP. Próximo Texto: Certificados concorrem no modo de avaliar Índice |
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