São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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SELO REFLETE REALIDADE BRASILEIRA

Auditorias diferenciam Aqua; Leed, com credibilidade alta nos EUA, possui quatro níveis de classificação

Certificados concorrem no modo de avaliar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A regulação de construção sustentável por certificados é um assunto recente no país -o primeiro prédio verde, uma agência do Banco Real, foi certificado em junho de 2007.
Dessa novidade surgem dúvidas sobre a aplicação das regras e a validade dos certificados. A concorrência entre o Leed e o Aqua dá fôlego às discussões sobre o modo de avaliação empregado por cada entidade.
O selo americano, conferido pelo conselho USGBC, é concedido conforme uma documentação enviada aos EUA com o desempenho da construção em múltiplos critérios.
O edifício requerente deve atender a sete pré-requisitos; além disso, terá 69 créditos possíveis distribuídos em critérios que vão desde a instalação de um bicicletário e o projeto paisagístico até a redução no uso de água (confira alguns deles no quadro ao lado).
Pelo número de créditos obtido -mínimo de 26-, o empreendimento será classificado dentro da certificação, em quatro níveis possíveis.
A certificação oferecida pela Fundação Vanzolini difere por ter 14 quesitos que devem ser cumpridos com níveis entre bom e excelente.
Os quesitos existentes ecoam os critérios do Leed, porém no Aqua todos são obrigatórios.

Auditoria
Uma segunda variante é o uso de auditores e a divisão do processo de certificação do Aqua em três fases.
A partir do planejamento na construção, há uma discussão com os auditores sobre o programa; na fase de projeto, os auditores se asseguram das características de sustentabilidade da construção.
Terminada a obra, uma terceira auditoria é feita para checar a realização do projeto.
Especialistas do setor de construção sustentável consideram o Leed uma certificação quantitativa, por ter seu enfoque no desempenho.
O Aqua, por sua vez, teria uma vertente mais conceitual, pelo acompanhamento do processo por auditores e pela possibilidade de discussão sobre as tecnologias empregadas.
"No Leed, tudo é calculado. Com o Aqua, há a possibilidade de usar uma tecnologia e conversar com os auditores, é um selo mais focado na gestão e no processo", avalia Anderson Benite, diretor da área de sustentabilidade do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).

Combinados
Com diferenças na abordagem, as certificações podem ser aliadas ou concorrentes.
Empresas com matriz nos EUA ou que atuam no mercado americano devem dar preferência ao Leed, pela credibilidade do selo no país. O Aqua deve ser mais atraente para empresas européias.
Outra possibilidade é a dupla certificação, para atender às duas exigências.
"Se houver uma preocupação real com os problemas ambientais durante o processo de construção, o edifício será aprovado em qualquer certificação", conclui Vanessa Gomes, conselheira do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável).
(CRISTIANE CAPUCHINHO)

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