São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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CASA PARA CRIANÇA

Segurança "derrapa" em áreas molhadas

Armários, gavetas, pisos e tomadas precisam ser equipados para não provocarem "brincadeira sem graça"

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ditado "dormiu com criança, acordou molhado" muda na hora de preparar a casa para o convívio infantil: as áreas molhadas do lar, no caso, são as que mais podem acabar com o sono tranqüilo dos pais.
Rafael Perrone, professor da FAU-USP, alerta que a maioria dos acidentes com crianças acontece na cozinha e no banheiro, ambientes que requerem pisos ou tapetes antiderrapantes e poucos objetos ao alcance dos petizes.
"No caso das cozinhas, há preocupação também com a limpeza", ressalta o gerente de design e tendências da Tok&Stok, Ademir Bueno, 38.
A dica de Márcia Bruning, coordenadora de produtos da loja Eliane, é adotar material lavável até em detalhes como faixas aplicadas para acabamento de paredes.
Outro reduto escorregadio, a lavanderia também não escapa da brincadeira de "encaixar" a inquietude infantil na dinâmica dos cômodos da casa.
A coordenadora de pós-graduação da área de design do Centro Universitário Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), Sueli Cristina da Silva, 46, destaca que acidentes costumam ocorrer quando as crianças se escondem sob o tanque de lavar roupa. "Sua fixação deve ser reforçada para que não caia sobre elas", instrui.

A sete chaves
"Produtos de limpeza devem estar em prateleiras altas e fechadas a chave, enquanto baldes só ficam no chão se estiverem vazios", completa Silva.
Gavetas e armários travados ou trancados é recomendação, sobretudo, para sala e cozinha.
"Em lugares para temperos e objetos cortantes, não usei puxadores. Um sistema de amortecimento e trava foi adotado para que minha filha não prenda os dedinhos", relata o gerente de contas Paulo Sevilha, 43.
Vilões afiados, os vidros não precisam ser banidos, mas devem enfrentar rigorosa seleção.
"Os temperados são mais resistentes ao impacto que os vidros comuns", indica o arquiteto da moveleira Cinex, Daniel Ribeiro, 28. "Quando quebrados, os cacos não viram lanças."
Para "cortar o barato" do choque elétrico, Sevilha indica a instalação de um dispositivo residual -DR- que, complementar ao disjuntor, cortará a corrente, caso as mãozinhas cheguem à tomada.
"A criança sentirá só uma agulhada na ponta do dedo", explica Roberto Júnior, 27, gerente de produto da Siemens. O DR custa cerca de R$ 100.

Transformação
Há casos em que os pimpolhos mudam por completo a identidade de um ambiente. A designer de interiores Mariana Giolo, 35, transformou uma varanda em área de brincadeiras.
"Fechei com uma cobertura de policarbonato, com vidros de correr. No piso, para facilidade de limpeza, o material é vinílico [R$ 27/m2] e não escorrega; nas paredes, para amortecer impactos, apliquei tatame [R$ 75/m2]", descreve.
A janela do "quarto" tem rede de proteção. No armário dos brinquedos, um toque lúdico: "as gavetas são caixas móveis coloridas que fazem parte da brincadeira", pontua Giolo. No total, um gasto "de gente grande": R$ 22 mil. (GG E RM)


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