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Sob pressão
Depois de reprovar várias marcas em testes de segurança, Inmetro cria certificação obrigatória de qualidade para panelas de pressão
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sérgio Reis canta: "Panela velha é que faz comida boa". Mas,
se for de pressão, modelos mais
novos é que evitarão verdadeiras bombas no cardápio.
Motivado por maus resultados em testes -que revelaram
grandes chances de explosão
devido à falta de qualidade de
componentes, como válvula
que não resiste à pressão-, o
Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial) emitirá,
ainda neste ano, um selo obrigatório para essas panelas.
Em dezembro de 2006, o órgão pôs à prova 16 panelas de 13
marcas. Dos modelos que tinham o selo anterior -ele era
voluntário-, 30% foram reprovados. As panelas sem o selo tiveram desempenho ainda pior:
67% foram condenadas.
Uma comissão composta por
fabricantes, técnicos de laboratórios de análise e usuários ajudou a aprimorar a normatização, publicada no site da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) no último dia 25.
Segundo Paulo Coscarelli, diretor de qualidade do Inmetro,
o selo estará impresso nas embalagens das panelas, terá cor
amarela e uma numeração seqüencial para rastrear o lote.
"Se tudo caminhar sem tropeços, no segundo semestre as
lojas já deverão receber produtos com o novo selo", estima.
De acordo com Hélio Ramos,
da Alumínio Ramos e membro
da comissão, as panelas serão
submetidas a testes hidrostático, de pressão, de oxidação e de
toxidade e qualidade da borracha, entre outros -critérios
mais rígidos que os anteriores.
"Como não havia fiscalização, alguns fabricantes imprimiam o selo em seus produtos
sem certificação", diz Ramos.
Ele denuncia ainda que fabricantes alteravam a qualidade
dos produtos para a visita dos
laboratórios de análise.
"Depois que recebiam a certificação voluntária, voltavam a
produzir panelas com volume
menor e com menos alumínio."
François Schaefer, diretor de
marketing do grupo que fabrica
a marca Clock, estima que haja
cerca de 160 marcas de panela
de pressão e que pelo menos a
metade não vai conseguir se
adequar às novas exigências.
"Para atender à norma, nós
estamos fazendo alterações na
borracha e nos cabos", revela.
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