Bombeiros atenderam 322 ocorrências na cidade de São Paulo; grãos, como feijão e lentilha, entopem mais

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A dona-de-casa Vicentina Faria, 70, conta que ficou traumatizada depois que sua panela de pressão estourou.
"Coloquei o feijão para cozinhar, virei para temperar um pedaço de carne e, de repente, sem a válvula ter feito barulho, a panela estourou, e a tampa foi parar no quintal do vizinho."
A dona-de-casa diz que a panela já tinha "um bom tempo" de uso. Nunca, no entanto, passara por manutenção.
"Deixei de usar panela de pressão por um bom tempo, mas, como demorava muito para o feijão ficar pronto, comprei outra. Só que não fico na cozinha", comenta. Isso não é recomendado pelos fabricantes.
O tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo conta que, em 2007, houve 322 ocorrências com panelas de pressão na cidade de São Paulo, e 1.059 no Estado. "As principais causas das explosões envolviam entupimento da válvula e desgaste da borracha de vedação."
"Como a panela não "pegou" pressão no tempo estimado, ela [Vicentina Faria] deveria ter desligado o fogo, esperado alguns minutos e ter tentado levantar com cuidado a válvula para checar se a pressão tinha baixado -e só assim deveria tentar abrir a tampa", explica o tenente dos bombeiros.
Faria até que teve sorte: já houve registro de casos de queimadura de terceiro grau.
Segundo Palumbo, lentilha, ervilha, feijão e grão-de-bico são os que mais entopem a válvula. "O feijão queimado, inclusive, solta um gás tóxico."
(ROSANGELA DE MOURA)


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