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Luz do sol
Iluminação "peneirada" evita efeito estufa no ambiente
Clarabóias, espelhos-d'água, pergolados e persianas evitam incidência direta e efeito estufa
Divulgação
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No escritório projetado por Marcelo Aflalo, a vegetação externa barra o sol da tarde; na bancada, uma persiana é o filtro da janela |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Constituir ambientes ensolarados dentro de casa pede cuidados que começam antes mesmo do início da obra.
O primeiro passo deve ser localizar o norte do terreno, onde
bate mais sol, e organizar os espaços conforme a necessidade
de luz de cada um deles, destaca
o arquiteto Pedro Useche, do
escritório Useche Arquitetura.
Áreas de ocupação mais freqüente da casa, como quartos e
ambientes sociais, são as que
devem ser mais iluminadas.
É preciso considerar nessa
equação que a luz ultravioleta,
de tonalidade mais amarelada e
característica do sol da manhã,
oferece propriedades desinfetantes (contra ácaros, por
exemplo), mas, em contrapartida, desbota móveis e tecidos.
Já os raios da tarde -os
infravermelhos- aquecem
muito o ambiente, podendo demandar o uso de ar-condicionado, o que poria por terra a
economia de energia.
É possível criar entradas de
luz natural pela cobertura da
edificação, por meio de clarabóia, lanternim (abertura bilateral acima da cumeeira do telhado) ou usando vidro, o que
pode eliminar a necessidade de
luz artificial durante o dia.
"Sempre, porém, com o cuidado de evitar a incidência direta dos raios solares", afirma o
arquiteto Luciano Imperatori.
A preocupação se justifica,
uma vez que a luz que entra e
ilumina também esquenta a casa e desbota materiais. O uso
indiscriminado do vidro, por
exemplo, pode gerar o efeito estufa -os raios aquecem o ambiente e o calor fica represado-
e o de luz ofuscante.
Tapar o sol
Para evitar esses problemas,
um projeto que privilegie o uso
da luz natural deve conter soluções para "peneirar" a incidência dos raios do sol.
Parte do arsenal de controle
está na construção do imóvel.
São marquises, muxarabis (balcões protegidos por grades de
madeira), beirais, pergolados e
brises (tipo de quebra-sol aplicado sobre a fachada).
Muros e cercas de bambu do
lado de fora da residência, que
ladeiem as aberturas dos cômodos para a luz, também funcionam como pára-sol.
O arquiteto Pedro Useche
usou um espelho-d'água que,
colado à porta de vidro que se
abre na sala de sua casa no Morumbi, refrata a luz que entra
no cômodo, suavizando-a.
Há outros truques, como a
utilização de materiais que absorvem mais facilmente o calor
mas levam bastante tempo para liberá-lo, como pedras e cascalhos aplicados sob o piso.
Já persianas e cortinas fazem
as vezes de filtro dos raios.
"O excesso de luz pode ser
tão ruim quanto a sua falta", reforça o arquiteto Guinter Parschalk, do escritório Studio Ix.
"Sua presença deve seguir as
preferências do usuário do ambiente e as funções a que ele se
destina -um "home theater" ou
um quarto de dormir podem
precisar de uma cortina do tipo
blecaute", exemplifica.
(DENISE BRITO)
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