São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Luz do sol

Iluminação "peneirada" evita efeito estufa no ambiente

Clarabóias, espelhos-d'água, pergolados e persianas evitam incidência direta e efeito estufa

Divulgação
No escritório projetado por Marcelo Aflalo, a vegetação externa barra o sol da tarde; na bancada, uma persiana é o filtro da janela


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Constituir ambientes ensolarados dentro de casa pede cuidados que começam antes mesmo do início da obra.
O primeiro passo deve ser localizar o norte do terreno, onde bate mais sol, e organizar os espaços conforme a necessidade de luz de cada um deles, destaca o arquiteto Pedro Useche, do escritório Useche Arquitetura.
Áreas de ocupação mais freqüente da casa, como quartos e ambientes sociais, são as que devem ser mais iluminadas.
É preciso considerar nessa equação que a luz ultravioleta, de tonalidade mais amarelada e característica do sol da manhã, oferece propriedades desinfetantes (contra ácaros, por exemplo), mas, em contrapartida, desbota móveis e tecidos.
Já os raios da tarde -os infravermelhos- aquecem muito o ambiente, podendo demandar o uso de ar-condicionado, o que poria por terra a economia de energia.
É possível criar entradas de luz natural pela cobertura da edificação, por meio de clarabóia, lanternim (abertura bilateral acima da cumeeira do telhado) ou usando vidro, o que pode eliminar a necessidade de luz artificial durante o dia.
"Sempre, porém, com o cuidado de evitar a incidência direta dos raios solares", afirma o arquiteto Luciano Imperatori.
A preocupação se justifica, uma vez que a luz que entra e ilumina também esquenta a casa e desbota materiais. O uso indiscriminado do vidro, por exemplo, pode gerar o efeito estufa -os raios aquecem o ambiente e o calor fica represado- e o de luz ofuscante.

Tapar o sol
Para evitar esses problemas, um projeto que privilegie o uso da luz natural deve conter soluções para "peneirar" a incidência dos raios do sol.
Parte do arsenal de controle está na construção do imóvel. São marquises, muxarabis (balcões protegidos por grades de madeira), beirais, pergolados e brises (tipo de quebra-sol aplicado sobre a fachada).
Muros e cercas de bambu do lado de fora da residência, que ladeiem as aberturas dos cômodos para a luz, também funcionam como pára-sol.
O arquiteto Pedro Useche usou um espelho-d'água que, colado à porta de vidro que se abre na sala de sua casa no Morumbi, refrata a luz que entra no cômodo, suavizando-a.
Há outros truques, como a utilização de materiais que absorvem mais facilmente o calor mas levam bastante tempo para liberá-lo, como pedras e cascalhos aplicados sob o piso.
Já persianas e cortinas fazem as vezes de filtro dos raios.
"O excesso de luz pode ser tão ruim quanto a sua falta", reforça o arquiteto Guinter Parschalk, do escritório Studio Ix.
"Sua presença deve seguir as preferências do usuário do ambiente e as funções a que ele se destina -um "home theater" ou um quarto de dormir podem precisar de uma cortina do tipo blecaute", exemplifica.
(DENISE BRITO)

Texto Anterior: Luz do sol
Próximo Texto: Claridade regula humor e hormônios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.