São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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AZULEJO

Antes de escolher, recomendam arquitetos e decoradores, é fundamental analisar o uso que as peças terão em casa

Instalar o material no chão é erro comum

Divulgação
Ambiente que conjuga pastilhas esmaltadas e pintura em epóxi


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Azulejo à moda portuguesa deixou, há muito, de ser o par perfeito das paredes de casa. Quem entra em uma loja de materiais de construção se depara com infindáveis alternativas, especialmente os derivados da cerâmica.
Mas nem sempre aquele piso esmaltado radiante ou um precioso ladrilho hidráulico são as melhores opções. Antes de escolher, recomendam arquitetos e decoradores, é fundamental analisar o uso que o material terá em casa.
Fátima Berlitz, 41, engenheira civil e sócia da Ville Rose Cerâmica, comenta que uma confusão comum é o consumidor escolher azulejos para colocar no piso. "Eles são produzidos apenas para paredes. O material do piso deve ser mais compactado", explica.
A escolha do piso envolve preocupações como a resistência mecânica, à abrasão e a riscos. "Esmaltados para pisos precisam ter grau superior a sete na escala Mohs [que mede a dureza]", ressalta, acrescentando que é preciso estar atento também ao PEI, que mede a resistência do material à abrasão, em uma escala que vai de um a cinco.
Ela afirma que os esmaltados são boas opções para a cozinha por serem mais fáceis de limpar, mas a designer de interiores Mon Liu faz suas ressalvas. "São muito brilhantes e podem causar desconforto visual em quem passa muito tempo no ambiente."

Rejunte
Para os que já preparam os rolos para cobrir as paredes da cozinha com a tinta epóxi -que vai bem no banheiro-, arquitetos ponderam que nem sempre vale a pena adotar a técnica.
"Se não houver um bom sistema de sucção de gordura, é complicado manter a pintura", ressalva o arquiteto Artur Jorge Soares.
Outro revestimento que requer cuidado na cozinha são as pastilhas de vidro. "Não é recomendável para quem cozinha muito, porque é difícil limpar o rejunte, que vai engordurando e escurecendo", afirma Liu.
E quem acha lindo o ladrilho hidráulico deve ponderar que, por ser poroso, ele suja com facilidade e logo fica gasto e envelhecido.
Outro material que encanta a muitos, o mármore, é contra-indicado para o chão do boxe, por exemplo, porque, segundo Berlitz, acaba se desgastando.

Mão-de-obra
Engana-se quem acha que o azulejo deve ficar confinado às áreas úmidas. Decoradores apontam que ele migrou para locais como balcões, molduras de lareira e até para o quarto.
"A cerâmica fica muito bem na moldura de lareiras, em faixas de churrasqueiras ou em tampos para balcões", corrobora o arquiteto Luís Augusto Garçon.
Até no quarto Berlitz acha que há espaço para os ladrilhos. Além do piso, ela sugere "borders" de azulejos com detalhes em madeira acompanhando os armários.
Com o material em mãos, quanto mais a combinação escolhida for diferente, mais criteriosa deve ser a escolha do profissional que irá assentá-lo. "Contratar mão-de-obra experiente evita surpresas desagradáveis com o acabamento", afirma Berlitz.
O ladrilho hidráulico, por exemplo, pede o umedecimento de cada peça antes de assentar. E as pastilhas de vidro precisam de rejuntes precisos para não resultar em um aspecto de colagem, com as junções em evidência.
Na hora de montar "tozzettos" e desenhos no piso e na parede, atenção extra é necessária para que não haja desnivelamento das peças, que geralmente têm espessuras diferentes. (BMF)


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