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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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MATERIAL

Estratégias ajudam a driblar o aumento de 19,56% nos preços

Luana Fischer/Folha Imagem
Para "fechar' a torneira de gastos, o economista Vladimir Rezende pesquisou preços de metais sanitários


BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando a engenheira Mercia Bottura de Barros, 40, começou a fazer sua casa, em junho passado, não imaginava o susto que levaria ao comprar, oito meses depois, alguns blocos de concreto que faltaram para concluir a obra. "Quase caí de costas", comenta.
A razão para o sobressalto já salta aos olhos de quem frequenta lojas de materiais de construção: a alta de preços de muitos itens. Eles subiram 19,56% entre fevereiro de 2002 e o mês passado, segundo o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Mesmo assim, é possível levantar a casa sem desestruturar o orçamento. Arquitetos e engenheiros ajudam a colocar as contas no prumo sugerindo meios de economizar com os materiais.
No caso dos acabamentos (como pisos, metais sanitários e tintas), uma boa pesquisa é a melhor defesa. "Pode-se economizar até 50% em metais sanitários ao optar por linhas simples, em vez das de luxo", indica Claudio Conz, 51, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

Estrutura
Foi o que fez o economista Vladimir Rezende, 32. Para fechar as torneiras dos gastos, uniu-se ao arquiteto Marcos Garrubbo, 43, pesquisou marcas mais baratas de metais sanitários e usou azulejos da mesma cor na casa toda. "Economizei cerca de 30%", calcula.
Mas, quando se trata de materiais estruturais, como o cimento, o aço e a areia, enfrentar a alta requer mais planejamento e criatividade do que disposição para bater perna em home centers.
"Mudar a tecnologia de construção é melhor do que simplesmente substituir materiais devido a seu preço unitário", explica Kurt Amann, 31, coordenador do curso de engenharia civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Paredes em blocos cerâmicos ou de concreto são as mais econômicas. Se feitas de materiais regulares, podem ser revestidas com gesso e dispensar o reboco, o chapisco e o emboço (massa grossa).
"Aplicar diretamente o gesso reduz de 35% a 40% o preço da parede acabada", afirma o arquiteto Cláudio Porsé Cleis, 33. Além disso, erguer paredes externas estruturais (que sustentam o peso da casa) e fazer grandes vãos poupa cimento, sugere a arquiteta Maria Fernanda Sanchez, 41.
Dentro de casa, vale trocar o piso cerâmico pelo de cimento queimado, diz a designer de interiores Cilene Monteiro Lupi, 40.

De segunda
Aproveitar materiais usados também ajuda a aliviar as contas. Garrubbo aderiu ao garimpo. "Vidros usados são até 60% mais baratos que os novos."
O arquiteto também afirma que vigas de peroba encontradas nos estabelecimentos que vendem material de demolição chegam a custar 40% menos que as novas.
Já Ana Maria Vieira Santos, do escritório de arquitetura e decoração que leva seu nome, recomenda deixar os tijolos aparentes.


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