UOL


São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MATERIAL

Apesar de caros, blocos de concreto pesam menos no final das contas

Tijolo e laje "demolem" o orçamento

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Já imaginou fazer uma casa sem tijolos e dispensar a laje? Essas técnicas estão profundamente enraizadas na cultura construtiva, mas abrir mão delas pode ajudar a economizar bastante.
À primeira vista, os blocos de concreto parecem caros quando comparados com os tijolos. Os primeiros saem por R$ 0,91 (de vedação), enquanto cada tijolo baiano custa R$ 0,20, e o maciço, R$ 0,06, segundo o Sinduscon.
Mas engenheiros recomendam atenção ao custo do metro quadrado. "Como a superfície da parede de tijolo é mais irregular, consome muito mais revestimento do que as feitas de blocos de concreto ou cerâmico", ensina Mercia Barros, professora da Escola Politécnica da USP.
O uso de blocos de concreto rende uma economia de até 30% em relação à alvenaria com tijolos, segundo Alexander Capela Andras, 41, da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
Segundo engenheiros, o bloco cerâmico estrutural tem desempenho semelhante. "São os mais adequados em termos de produtividade", ratifica Kurt Amann, do Centro Universitário da FEI.
Como muitos proprietários de terrenos inclinados têm orçamento restrito para contratar uma aplainadora, geralmente recorrem ao tijolo para nivelar a superfície e começar a construção.
O engenheiro Marcio Santos Faria, 47, especialista em blocos e alvenarias da ABCP, fez as contas para saber se compensa mais usar tijolos ou blocos de concreto para aplainar terrenos inclinados.
Chegou à conclusão de que se gasta R$ 11 por m2 com blocos, contra R$ 12 para fazer o nivelamento com tijolos. "A maior diferença é a economia no consumo de argamassa, que é um material muito caro", completa Santos.
Difíceis de serem encontrados nas lojas, blocos de concreto podem ser localizados pela ABCP.

Laje
A laje também não reina absoluta no topo da casa. Dispensar a tradicional, "batida" na obra, diminui o gasto com material e mão-de-obra, na opinião de Vanderlei John, professor da Escola Politécnica da USP. As chapas de madeira usadas para fazer as fôrmas, por exemplo, foram as campeãs da remarcação -desde fevereiro de 2002, subiram 55%.
Opções que saem mais em conta são a laje pré-fabricada e os forros de madeira ou de gesso, que, diferentemente da laje, exigem sempre uma subcobertura.
"O de pinus é o mais barato, e o de gesso empata em preço com a laje pré-moldada, que custa, em média, 20% menos do que a laje feita na obra", calcula Faria.
Entretanto, ele ressalva que "o projeto deve levar em conta a ventilação da casa e o material de que é feita a cobertura". (BMF)


ABCP: www.abpc.org.br ou 0800-555776


Texto Anterior: Material: Estratégias ajudam a driblar o aumento de 19,56% nos preços
Próximo Texto: É preciso tato para lidar com a mão-de-obra
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.