São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Olhe por onde pisa

Restauro do piso de madeira, pedra ou cerâmica custa menos da metade que a troca de todo o revestimento

Marcelo Justo/Folha Imagem
Em uma casa no Morumbi, a designer de interiores Clarissa Gallo (ao fundo) e sua sócia, Eliana Queiroz, trocaram a parte do assoalho em que as tábuas estavam deterioradas pela umidade

SILVIA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Manchas, ferrugens, rachaduras, desgaste. Os fatores que danificam os revestimentos são variados, mas nem sempre a troca do piso é a solução mais indicada ou a mais econômica.
Em relação a pedra e madeira, o restauro sai por menos da metade do preço da substituição. Casos simples, como pequenos riscos ou aparência opaca, são resolvidos com aplicação de produtos específicos para cada tipo de revestimento.
"Se o assoalho está sem brilho, só com alguns riscos superficiais, é possível aplicar um restaurador de piso, espalhando bem e esperando a secagem por 30 minutos", afirma Keila Castro, assistente de vendas da Loba Vernizes.
A mesma recomendação dá Silvia De Tommaso, sócia da Itaarte Mármores e Granitos. "Apenas o uso de cera líquida e enceradeira já devolve ao revestimento suas principais características", fala.
"Casas de material de construção possuem produtos de manutenção, limpeza e polimento, especializados para mármores e granitos, que podem ajudar na conservação."
Uma medida eficiente na hora de fazer reparos é ter peças sobressalentes do mesmo produto utilizado. Cerâmicas e porcelanatos sofrem leves mudanças de tonalidade, de acordo com o lote de produção.
"Às vezes um revestimento chega bege claro em uma fornada e, na outra, bege semiclaro. Sugiro que as pessoas guardem uma ou duas caixas, porque podem ter de repor o produto", diz Monica Nischi, diretora de marketing da Recesa.
Nischi conta que é possível trocar peças danificadas. A retirada pode acarretar remoção de outras a sua volta -para não haver problemas com o assentamento das demais. A mão de obra qualificada é fundamental para um bom resultado.
Na falta do produto, a saída é procurar depósitos de revestimentos fora de linha. Segundo João Claudino dos Santos Jr., dono do Cemitério dos Azulejos, com lojas em São Paulo, Campinas, Curitiba e Florianópolis, "muitos itens com um ano ou dois anos de fabricação não estão mais nas revendas".
Santos Jr. vende cerâmicas de 20 cm x 20 cm por a partir de R$ 3 a unidade. Entre os clientes da loja, estão moradores de casas que, no decorrer de uma obra, sentiram falta de uma ou duas caixas de revestimentos.
Diferentemente de porcelanatos, cerâmicas não aceitam reparos à base de raspagem, destaca Leonardo Strufaldi, gerente comercial da Cerâmica Strufaldi. Para manter a aparência por mais tempo, ele aconselha evitar o contato com areia, terra ou outros abrasivos.

Raspagem
Pisos de madeira e pedras ornamentais são restaurados por raspagem. Alexandre França, sócio da Novo Brilho Polimentos, conta que, no processo, superfícies de mármore ou granito sofrem sete raspagens.
"A primeira é para tirar desníveis, manchas e fungos. Remove-se uma camada muito fina da pedra", explica.
Polimento, cristalização (para brilho) e impermeabilização (protege contra manchas) são as outras etapas da recuperação de rochas ornamentais. França diz ser viável a restauração de pisos de mais de 50 anos. Em média, 15 m2 levam um dia para serem recuperados.
A vida útil do piso de madeira é determinada de acordo com a quantidade de raspagens. Assoalhos permitem, em média, quatro raspagens, em intervalos de sete a dez anos. Já os tacos suportam, em média, seis raspagens, ao longo de 60 anos.
Sobre o piso é aplicado verniz ou resina para proteger a madeira. Lincoln Pimenta, da Alpha Pisos, diz que a resina seca em quatro horas, enquanto o verniz leva de 48 a 72 horas.


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