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FEIRA
Aço é a atração do evento, que mostra sistemas que custam R$ 400 por m2
Projetos da Fehab rimam economia com tecnologia
NATHALIA BARBOZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A proposta da Fehab (Feira Internacional da Indústria da Construção) deste ano, que começa
na próxima terça-feira, é mostrar
como erguer casas populares gastando pouco tempo e dinheiro.
Sistemas simples, baratos e que
ficam prontos em até três dias são
os de blocos de concreto e chapas
de OSB (madeira prensada) ou de
resina plástica com fibra de vidro.
Mas quem brilha nesta edição
são as estruturas metálicas, cujo
uso se estende para além dos conjuntos populares. "O "steel frame"
[sistema que emprega chapas de
aço finíssimas galvanizadas e dobradas] é prático e de rápida execução", afirma David Ventura,
professor do curso de arquitetura
do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Além disso, "em 99% das vezes,
a estrutura é toda aparafusada na
obra, o que garante alinhamento e
prumo perfeitos", diz o engenheiro Carlos Freire.
Com o sistema, o tempo de obra
também diminui -de 180 para
60 dias, considerando uma casa
de 200 m2, calcula o arquiteto Roberto Becker, da Metalúrgica Big
Farm, que mostra o sistema
"Quick House".
As vantagens da construção
metálica, entretanto, esbarram
em dois pontos limitadores: preço
e especialização da mão-de-obra.
O metro quadrado de uma unidade convencional (não a popular) custa R$ 1.000, incluindo armários e eletrodomésticos, de
acordo com Alexandre Mariutti,
arquiteto da construtora Seqüência. "Uma casa de 200 m2 fica
pronta em três meses", afirma.
Preço em alta
Mas o custo vem subindo. Freire
afirma que o preço do aço dobrou
nos últimos 12 meses, alta 30%
maior que a de outros insumos.
Mesmo assim, o sistema leva
vantagem, já que dá com exatidão
o preço fixo de até 60% do valor
da obra, deixando as "surpresas"
para a fase de acabamento. As estruturas metálicas representam
de 20% a 30% do custo final. Outros 10% serão gastos em fundações. O investimento em telhas e
alvenaria varia de 10% a 20%.
Quanto à mão-de-obra, precisa
ser especializada. "O "steel frame"
exige uma equipe treinada e uma
empresa que saiba executá-la",
explica Ventura. A arquiteta Flávia Ralston, entusiasta do sistema,
conta que teve dificuldade pa-
ra obter informações. "Tive
de correr atrás", declara.
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