São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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FEIRA

Aço é a atração do evento, que mostra sistemas que custam R$ 400 por m2

Projetos da Fehab rimam economia com tecnologia

NATHALIA BARBOZA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A proposta da Fehab (Feira Internacional da Indústria da Construção) deste ano, que começa na próxima terça-feira, é mostrar como erguer casas populares gastando pouco tempo e dinheiro.
Sistemas simples, baratos e que ficam prontos em até três dias são os de blocos de concreto e chapas de OSB (madeira prensada) ou de resina plástica com fibra de vidro.
Mas quem brilha nesta edição são as estruturas metálicas, cujo uso se estende para além dos conjuntos populares. "O "steel frame" [sistema que emprega chapas de aço finíssimas galvanizadas e dobradas] é prático e de rápida execução", afirma David Ventura, professor do curso de arquitetura do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Além disso, "em 99% das vezes, a estrutura é toda aparafusada na obra, o que garante alinhamento e prumo perfeitos", diz o engenheiro Carlos Freire.
Com o sistema, o tempo de obra também diminui -de 180 para 60 dias, considerando uma casa de 200 m2, calcula o arquiteto Roberto Becker, da Metalúrgica Big Farm, que mostra o sistema "Quick House".
As vantagens da construção metálica, entretanto, esbarram em dois pontos limitadores: preço e especialização da mão-de-obra.
O metro quadrado de uma unidade convencional (não a popular) custa R$ 1.000, incluindo armários e eletrodomésticos, de acordo com Alexandre Mariutti, arquiteto da construtora Seqüência. "Uma casa de 200 m2 fica pronta em três meses", afirma.

Preço em alta
Mas o custo vem subindo. Freire afirma que o preço do aço dobrou nos últimos 12 meses, alta 30% maior que a de outros insumos.
Mesmo assim, o sistema leva vantagem, já que dá com exatidão o preço fixo de até 60% do valor da obra, deixando as "surpresas" para a fase de acabamento. As estruturas metálicas representam de 20% a 30% do custo final. Outros 10% serão gastos em fundações. O investimento em telhas e alvenaria varia de 10% a 20%.
Quanto à mão-de-obra, precisa ser especializada. "O "steel frame" exige uma equipe treinada e uma empresa que saiba executá-la", explica Ventura. A arquiteta Flávia Ralston, entusiasta do sistema, conta que teve dificuldade pa- ra obter informações. "Tive de correr atrás", declara.


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