São Paulo, domingo, 19 de setembro de 2004

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FEHAB

Praça mostra materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental; espaço urbano quer dar mais cor a ruas e calçadas

Obras buscam harmonia com o entorno

DA REDAÇÃO

Além de combinar com economia, a tecnologia se aproxima também da ecologia. Como fazer uma casa que cause o mínimo de impacto ao ambiente é a proposta da Praça da Sustentabilidade.
O espaço, construído na Fehab com estrutura de bambu e co- bertura de papel de arroz, vai abrigar uma mostra de produtos e tecnologias sustentáveis e explicar como são empregados. E também será uma prévia de um showroom desses materiais e sis- temas, que deve ser inaugurado em janeiro do ano que vem.
"Vamos mostrar como funcionam os painéis fotovoltaicos, que produzem energia a partir da luz solar, e a turbina eólica, acionada pelo vento", comenta o engenheiro Luiz Alexandre Mucerino, 48, sócio da EcoPlano, organizadora do espaço. "Também teremos sistemas que economizam água e impermeabilizantes à base de água", completa.
A preocupação com o impacto que a casa terá no ambiente es- tá crescendo aos poucos, de acordo com especialistas da área. "As tecnologias mais difundidas são as de economia de água e de energia", avalia Márcio Augusto Araújo, 41, consultor do Idhea (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica).
Outros produtos, como tintas e resinas à base de água e materiais feitos com matérias-primas recicladas, estão aparecendo aos poucos no mercado. "É difícil encontrar porque há pouca gente vendendo. Quanto a materiais para alvenaria, o produto mais difundido é o tijolo de solo-cimento", pontua Araújo.
Ainda é difícil saber se um material é ecológico, segundo a arquiteta Roberta Kronka Mülfarth, 33, pesquisadora do Nutau (Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo), da Universidade de São Paulo.
"Muitas empresas dão esse rótulo a seus produtos, mas, para saber se são realmente sustentáveis, é preciso analisá-los da origem ao descarte", diz. "Estruturas metálicas consomem muita energia na produção, mas têm longa vida útil e podem ser recicladas. Podem ser mais sustentáveis do que trazer de longe uma madeira que dure menos", exemplifica.

Urbanismo
Além de apresentar sistemas em harmonia com o ambiente, a feira quer mostrar como planejar áreas públicas (como ruas e praças) em consonância com a estética.
As novidades do Recorte Urbano, que congrega essas soluções, vão desviar os olhos dos visitantes para o piso. Asfalto colorido, concreto que imita pedras e pisos intertravados e ladrilhos hidráulicos formando desenhos em cores revestirão ruas e calçadas da feira.
"Vamos mostrar que é possível sair do preto-e-branco", explica a arquiteta Maria Cecília Levy, 43, coordenadora de projetos do Recorte Urbano. Ela acrescenta que esses produtos também podem ser usados nas áreas externas das casas. "O concreto estampado é muito bonito, mas o intertravado é o que tem melhor manutenção."
Quanto à iluminação, uma das atrações será a lâmpada de vapor metálico, cuja luz é mais branca do que a da tradicional, reproduzindo melhor as cores. "Vamos iluminar mais as calçadas e as árvores e usar luminárias para balizar os trajetos, avisando onde atravessar a rua, por exemplo", conta Plínio Godoy, 39, diretor da Luz Urbana, responsável pelo projeto luminotécnico do espaço. (BRUNA MARTINS FONTES)


EcoPlano: 0/xx/11/3744-6411; Idhea: 0/xx/11/6673-9904; Nutau: 0/xx/11/ 3091-3209.


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