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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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CONSUMO

Medidas caseiras ajudam a espantar o fantasma do racionamento; vaso sanitário é um dos vilões do desperdício

Economia de água é iniciativa privada

Fernando Moraes/Folha Imagem
O designer têxtil Kelley White trocou bacias sanitárias e controla todas as torneiras de casa para evitar o desperdício


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Na casa de Kelley White, 50, ninguém abre uma torneira sem logo avistar sua sombra no encalço. "Se vejo alguém escovando os dentes com ela aberta, dou bronca e fecho", exemplifica o designer têxtil, que controla até mesmo a lavagem de louça da empregada.
Californiano de nascença, enfrentou muita estiagem e racionamentos por lá. "Quando cheguei aqui e vi vasos sanitários escoando aquele monte de água, pensei: isso é um luxo. Troquei todos por bacias com caixa acoplada."
Por aqui, o corte no abastecimento foi suspenso por ora, mas sua possibilidade pôs em alerta muitos paulistanos que gostam de deixar a água rolar quando o assunto é evitar o desperdício.
A opinião de especialistas deságua no mesmo ponto: poupar o líquido é mais uma questão de mudança de hábito do que de investir em aparelhos economizadores.
Os mais disciplinados simplesmente fecham as torneiras, mas quem não consegue ter muito controle sobre a água conta com a ajuda de acessórios que restringem a quantidade usada em vasos sanitários, torneiras e chuveiros.

Pelo ralo
O banheiro é onde mais se gasta. O campeão do consumo é o chuveiro, que leva cerca de metade da água da casa. Depois vem o vaso sanitário, que escoa até 30% do total consumido nas habitações populares, segundo o engenheiro Osvaldo Junior, 30, que pesquisa o tema em sua pós-graduação.
Os números não batem: a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) aponta 5%, e a organização não-governamental Universidade da Água crava 14%, baseada em pesquisas e fontes internacionais.
Por essa importância na conta, o vaso sanitário ocupa o trono quando se trata de novidades economizadoras. Desde o ano passado, a bacia deve fazer a limpeza com seis litros. A informação vem gravada no produto, geralmente perto do nome do fabricante, com a sigla LPF (litros por fluxo).
Junior fez pesquisa com outros dois professores da Universidade Estadual de Campinas para avaliar o desempenho das bacias de seis litros dos principais fabricantes do país. Foram aprovadas.
"Consomem 20% a menos do que as antigas, e os desempenhos da válvula, da caixa acoplada e da caixa suspensa são semelhantes."
Lançamentos que economizam água no vaso são uma bacia com caixa acoplada da Deca (0800-117073) com botão duplo, que faz a limpeza com 6 l ou 3,5 l e um mictório da Ideal Standard (www.idealstandard.com.br) que não usa água. (BRUNA MARTINS FONTES)


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