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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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CONSUMO

Pressão da água e rateio de despesa no condomínio são os responsáveis

Morador de apartamento gasta mais que o de casa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem mora em prédio pode consumir mais água por dois motivos. O primeiro, técnico, é o fato de que em alguns apartamentos a pressão com que ela chega às saídas é maior do que a verificada em uma casa, por causa da diferença da altura da caixa-d'água.
"Para gastar menos, deve-se instalar arejadores [na boca da torneira, pois reduzem a vazão de nove para seis litros por minuto] e restritores de vazão", ensina Fábio Camurri, 34, chefe da área de engenharia de aplicação da Deca.
"Os arejadores só podem ser instalados em torneiras de mesa, e não nas de parede", ressalva Ricardo Chain, 36, engenheiro do departamento de suporte operacional e qualidade da Sabesp.
A segunda razão é comportamental. Como a cobrança é rateada, muitos não se sentem estimulados a economizar porque sabem que pagarão a conta alheia.
No prédio onde é síndico, o administrador Sergio Trevisan, 42, conseguiu reduzir em 40% a conta de água ao consertar vazamentos, instalar torneiras econômicas e corrigir a vazão da água em diversos apartamentos.
A administradora de condomínios Hubert (0/xx/11/3146-3900) estréia um sistema para inspecionar vazamentos, substituir válvulas e instalar reguladores de vazão e medidores individuais.
A Deca também verifica vazamentos e identifica pontos em que se pode corrigir a pressão e a vazão de torneiras e registros.
"Em empresas, o investimento se paga em um período de 6 a 12 meses", estima o engenheiro Francisco Buonafina, 50, presidente da organização não-governamental Universidade da Água.

Leis
Se em edifícios comerciais o sistema de esgoto a vácuo, que usa 1,2 litro de água na descarga, ajuda a economizar, a tecnologia ainda é financeiramente inviável para o setor residencial, de acordo com o engenheiro Osvaldo Junior. "Só a bacia custa R$ 1.800."
Em Curitiba, foi aprovada uma lei determinando que as edificações tenham bacias de seis litros e medição individualizada para cada apartamento, além de opções para reutilizar a água.
"A cidade é auto-suficiente no abastecimento, mas queremos evitar que, ao atingir 5 milhões de habitantes em 2010, precisemos captar água em outras bacias", afirma o vereador João Cláudio Derosso (PSDB), 46, presidente da Câmara e autor do projeto.
Em São Paulo, neste ano, o vereador Ricardo Montoro (PSDB) propôs um projeto de lei para multar casos flagrantes de desperdício. O texto foi aprovado na Câmara, mas vetado pela prefeita Marta Suplicy. Ele estuda reapresentá-lo. (BRUNA MARTINS FONTES)


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