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área verde
Jardim japonês é exercício de paciência
Contemplação filosófica exige cuidados de manutenção diários; vegetação para projeto simples custa R$ 50
DA REPORTAGEM LOCAL
Com suas formas arredondadas, tamanhos reduzidos e
muitos significados, um jardim
japonês exige gosto pela jardinagem e tempo para manutenção e podas constantes.
Mas o trabalho poderá valer a
pena se a alma não for pequena:
construídos minuciosamente,
esses jardins de contemplação
-não se deve passear por eles,
só observá-los- têm uma razão
filosófica de ser, traduzida em
pedras, pedriscos, água, bambu,
pontes e luminárias.
"Eles contam histórias sobre
a evolução espiritual e a importância da natureza em nossas
vidas", teoriza o paisagista japonês Rui Fukushima, 55.
Mas ele ressalta que, sem a
manutenção diária das formas
e dos tamanhos, o jardim perde
seu sentido original.
"A água representa a reflexão, a purificação. As pedras
são as ilhas ou as montanhas e
recriam a paisagem oriental",
explica a professora de pós-graduação em paisagismo do Senac-SP (Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial)
Marcella Ocke, 33.
Ela diz também que pequenas pontes simbolizam a passagem na mudança de um estado
de espírito.
Representação
A arquiteta Mari Yamada, 43,
lembra que, quando não há
possibilidade de projetar pequenas fontes de água, os pedriscos podem representá-las.
"Nos jardins japoneses, são
freqüentes bambus de vários tipos, cerejeiras, azaléias, podocarpos e camélias, além de
plantas para sombra, como
musgos, que substituem o pinheiro negro japonês, menos
usado no Brasil porque pede
muita manutenção", enumera.
A "filosofia de jardim" passa
também pelos hakonuias, microjardins sobre bandejas (de
madeira, chapa galvanizada,
plástico ou cerâmica) que podem ter uma pequena fonte de
água corrente, adaptada a uma
bomba (a de aquário custa, em
média, R$ 30). "São ótimos para decoração de interiores",
conclui Fukushima.
A adubagem orgânica da terra pode ser feita com mistura
de torta de mamona e pó de osso apodrecidos em água, na
proporção de um quarto de cada sólido e dois quartos do líquido, dentro de uma garrafa
PET, a cada 60 dias.
O adubo químico, geralmente encontrado em lojas de produtos agrícolas, deve ser borrifado a cada 30 dias nas folhas
das verdinhas.
Preços
Os custos com a vegetação
variam de acordo com o tamanho do jardim, as espécies escolhidas e a formação das plantas,
mas R$ 50 são suficientes para
um projeto simples.
Os pedriscos são vendidos
em sacos de 40 quilos, que custam, em média, R$ 15.
O jardim pode ficar em uma
área dentro da casa, mas não
pode permanecer longe da luz
do sol por todo o tempo. No caso das plantinhas nas bandejas,
elas podem ser carregadas para
tomar um banho de luz no
quintal, por exemplo.
(GIOVANNY GEROLLA)
RUI FUKUSHIMA
Fukushima Garden
www.jardimjapones.com.br
0/xx/11/4416-1083 e 9942-4673
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