São Paulo, domingo, 21 de janeiro de 2007

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tinta fresca

La vie en rose

Grande aposta para 2007, rosa se dilui no cinza para vestir as paredes da casa de harmonia e serenidade

Renato Stockler/Folha Imagem
Pintura das paredes ajuda a transformar o caos urbano em um mar de rosas


EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE CONSTRUÇÃO E IMÓVEIS

Rita Lee ainda não imaginava isso quando cantou "Não provoque, é cor-de-rosa-choque". Mais de 20 anos depois, porém, a tonalidade abandonou de vez a identidade agressiva dos anos 80 para levantar a bandeira de calma e tranqüilidade nas paredes da casa em 2007.
"Há uma releitura do rosa feminino", define Fernanda Figueiredo, 36, gerente de "color marketing" das tintas Coral e membro da ICI Paints (associação internacional).
"A cor surge, agora, como tentativa de resgate de uma relação mais serena com as coisas. Questiona o quanto somos duros, nas relações profissionais e afetivas, por exemplo, e busca diminuir essa dureza."
"Representa delicadeza e qualidade de vida, um contraponto ao cotidiano caótico em que vivemos", completa Erica Taguti, 41, consultora de cores da Suvinil.
E o rosa não está sozinho nessa empreitada. Primeiramente, foi diluído no cinza, perdendo a vivacidade mais escandalosa e ganhando uma "abordagem sofisticada e masculina", caracteriza Figueiredo. "É tempo dos meios-tons", diz.
Taguti chama ainda a atenção para um aspecto retrô, de volta ao passado, desse novo rosa. "A Suvinil tem uma tecnologia que dá um acabamento perolizado à pintura", aponta. "É uma textura de brilho mais suave, que convida ao toque."

Aconchego dá o tom
Também fazem parte da paleta das cores imobiliárias do ano outros tons que transmitem as sensações de calma e de aconchego.
Casos dos verdes-azulados e dos azuis-esverdeados, "frescos e relaxantes", segundo Deise Melo, 52, estilista de cores da Lukscolor e participante da Color Market Group, associação internacional que discute esses tipos de tendência.
Os especialistas afirmam que, nessas reuniões, são eleitas como bolas da vez as tonalidades que refletem valores e anseios da sociedade.
Assim, Melo respinga o cenário do que está em alta com "o que é natural" -caso dos tons de fibra e de terra, para contrastar com a severidade da eletrônica e da alta tecnologia.
"Os marrons também voltam com força", afirma, "pois remetem à segurança, algo de que as pessoas precisam muito hoje em dia, e ao conforto."
A busca pela natureza também dá o tom em cozinhas e salas de jantar. Nesses cômodos, ganham espaço as cores de alimentos, como o laranja do mamão e até o beterraba.


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