|
Texto Anterior | Índice
tinta fresca
La vie en rose
Grande aposta para 2007, rosa se dilui no cinza para vestir as paredes da casa de harmonia e serenidade
Renato Stockler/Folha Imagem
|
Pintura das paredes ajuda a transformar o caos urbano em um mar de rosas |
EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE CONSTRUÇÃO E IMÓVEIS
Rita Lee ainda não imaginava
isso quando cantou "Não provoque, é cor-de-rosa-choque".
Mais de 20 anos depois, porém,
a tonalidade abandonou de vez
a identidade agressiva dos anos
80 para levantar a bandeira de
calma e tranqüilidade nas paredes da casa em 2007.
"Há uma releitura do rosa feminino", define Fernanda Figueiredo, 36, gerente de "color
marketing" das tintas Coral e
membro da ICI Paints (associação internacional).
"A cor surge, agora, como
tentativa de resgate de uma relação mais serena com as coisas. Questiona o quanto somos
duros, nas relações profissionais e afetivas, por exemplo, e
busca diminuir essa dureza."
"Representa delicadeza e
qualidade de vida, um contraponto ao cotidiano caótico em
que vivemos", completa Erica
Taguti, 41, consultora de cores
da Suvinil.
E o rosa não está sozinho
nessa empreitada. Primeiramente, foi diluído no cinza,
perdendo a vivacidade mais escandalosa e ganhando uma
"abordagem sofisticada e masculina", caracteriza Figueiredo.
"É tempo dos meios-tons", diz.
Taguti chama ainda a atenção para um aspecto retrô, de
volta ao passado, desse novo
rosa. "A Suvinil tem uma tecnologia que dá um acabamento
perolizado à pintura", aponta.
"É uma textura de brilho mais
suave, que convida ao toque."
Aconchego dá o tom
Também fazem parte da paleta das cores imobiliárias do
ano outros tons que transmitem as sensações de calma e de
aconchego.
Casos dos verdes-azulados e
dos azuis-esverdeados, "frescos
e relaxantes", segundo Deise
Melo, 52, estilista de cores da
Lukscolor e participante da Color Market Group, associação
internacional que discute esses
tipos de tendência.
Os especialistas afirmam
que, nessas reuniões, são eleitas como bolas da vez as tonalidades que refletem valores e
anseios da sociedade.
Assim, Melo respinga o cenário do que está em alta com "o
que é natural" -caso dos tons
de fibra e de terra, para contrastar com a severidade da eletrônica e da alta tecnologia.
"Os marrons também voltam
com força", afirma, "pois remetem à segurança, algo de que as
pessoas precisam muito hoje
em dia, e ao conforto."
A busca pela natureza também dá o tom em cozinhas e salas de jantar. Nesses cômodos,
ganham espaço as cores de alimentos, como o laranja do mamão e até o beterraba.
Texto Anterior: Onde encontrar Índice
|