São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

Próximo Texto | Índice

Combate às bactérias vai além do detergente

Limpeza com cloro é a maior arma contra micro-organismos na cozinha

Diego Padgurschi/Folha Imagem
A placa de corte em vidro não absorve umidade e tem superfície lisa, o que dificulta a fixação de colônias de micro-organismos

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A adaptação da frase "o que os olhos não veem, o organismo não sente" não é verdadeira nem na cozinha de casa.
O risco de contaminação por micro-organismos também está presente em ambientes -aparentemente- limpos.
Bactérias e fungos encontram lugar perfeito para proliferação no aconchego da cozinha. Umidade e restos de alimentos são grandes aliados na reprodução microbiana.
Embora surjam no mercado itens com proteção antibacteriana -leia abaixo-, eles não dispensam regras de limpeza que vão além das aprendidas no cotidiano familiar.
"Detergente não é desinfetante, ele apenas tira as sujeiras mais grosseiras", esclarece o professor e sanitarista Pedro Germano, da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).
Cloro é a substância de mais fácil acesso com ação bactericida. "Mas não é só passar um paninho, o cloro precisa ficar em contato com a superfície por ao menos dez minutos", diz.
Manchas e maus odores são sinais da presença de micro-organismos. Aquele pote já "amarelado pelo tempo" ou a tábua de carne com "marcas da idade" contaminam o alimento que entra em contato com colônias ali instaladas. A solução é a higienização com cloro e, nos casos mais graves, o descarte.
Esponjas de limpeza são um ponto central na contaminação da cozinha. Após usadas na lavagem de peças com restos de alimentos, se forem mantidas úmidas serão ambiente propício para os micro-organismos.
O ideal é sua limpeza diária, e devem ser descartadas ao final de uma semana. O maior cuidado é evitar que fiquem úmidas.

Multiplicação
Tábuas de corte e utensílios de madeira ou bambu são convidativos às bactérias: prefira outros materiais, como plástico ou vidro. Cortes na tábua, até na de plástico, e fissuras no verniz da madeira se tornam lar de micro-organismos pela dificuldade da total limpeza.
Os cuidados devem se estender a eletrodomésticos e móveis. Desde a pia e a geladeira até o chão e a parede, qualquer parte em que houver traços de nutrientes será origem de pontos de contaminação alimentar.
A geladeira, por exemplo, conhecida por impedir a proliferação de bactérias graças às baixas temperaturas, pode ter fungos e listeria, a chamada bactéria da geladeira. A limpeza com cloro deve ser feita a cada duas semanas (leia mais no quadro).
Alimentos guardados por muito tempo, frutas abertas e produtos vencidos são focos de fungos, explica a microbiologista Maria José Silveira, do laboratório Controlbio.
"Temperatura inadequada, falta de higienização e prazo de validade são elementos que colaboram para a presença dos micro-organismos", lista.
Sobre a temperatura ideal de 4ºC, o professor Germano indica: "O mais importante é que as borrachas da geladeira estejam bem adaptadas para que não haja perda de frio".


Próximo Texto: Proteção bactericida não dispensa limpeza
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.