Em aparelhos com sensor de segurança, o fluxo de gás é interrompido se a chama apaga

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Marcelo Cortelazo, 34, passou por um susto quando a chama do aquecedor se apagou acidentalmente, provocando vazamento de gás.
Um furo no reservatório fez a água derramar sobre a chama. "Assim que sentimos o cheiro, fechamos o registro e abrimos as janelas", lembra. "O desgaste da estrutura foi natural, mas não foi percebido na manutenção, que era feita todo ano."
Hoje, Cortelazo tem um aquecedor digital com sensor que interrompe o fluxo de gás caso a chama se apague -também há fogões (comuns e de mesa), fornos e outros aparelhos a gás com esse dispositivo.
Desatenção ou uso inadequado de equipamentos a gás, mesmo que tenham manutenção bem-feita, também pode causar acidentes domésticos.
Um costume perigoso é colocar panos e meias para secar no tubo ligado à chaminé do aquecedor. Essa foi a causa do incêndio que destruiu a área de serviço do apartamento do advogado M.D.S., 33.
"No meio do banho, o chuveiro parou de funcionar. Quando saí do banheiro, o apartamento estava tomado por fumaça."
Segundo o advogado, o aquecedor estava instalado corretamente e passava por manutenção a cada dois anos.
"A faxineira tinha o hábito de colocar panos para secarem mais rápido sobre o cano. Provavelmente um deles caiu na câmara [do aquecedor] e pegou fogo quando liguei o chuveiro."
O advogado relata que continua usando o aquecedor a gás, mas aprendeu a lição. "Agora ele fica longe do varal, de fios e de móveis", ressalta.
Mesmo ao limpar os aparelhos, atenção extra é necessária: é importante tomar cuidado para não deslocar conexões.
Antes de viajar, é recomendável apagar a chama piloto do aquecedor, que fica acesa mesmo se ele não está em uso, e fechar o registro geral de gás.
Ao comparar o GLP (de botijão) e o gás natural, o tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo afirma que "não há gás mais seguro que outro".

Mais leve
Um vazamento de GLP semelhante ao do apartamento de Cortelazo poderia acontecer se um líquido fervente derramasse na boca do fogão, apagando a chama, e o morador desatento não desligasse o botão.
Segundo o tenente, a diferença é que o gás natural é mais leve que o ar e tende a subir, o que facilita sua dispersão por janelas, desde que estejam abertas.
Já o GLP, mais pesado que o ar, concentra-se no nível do chão. Por essa razão é importante que o botijão não seja instalado próximo a ralos.
"O acúmulo de gás na tubulação ou entre estruturas internas da construção pode resultar em explosão se houver uma centelha", explica Palumbo (veja acima como instalar um botijão com segurança).
(DÉBORA FANTINI)

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