São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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mãos à obra

Arquitetura da escolha

Consultar associações é o primeiro passo na busca do arquiteto ou do engenheiro da obra

Marcelo Justo/Folha Imagem
A professora C.S., 55, teve de interromper a obra ao saber que o projeto não havia sido aprovado

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Encontrar arquiteto e engenheiro adequados é o primeiro passo para evitar dores de cabeça em uma obra ou reforma. A tarefa, aparentemente simples, exige muitos cuidados.
A referência de um conhecido ou um vizinho sobre determinado profissional não é o bastante para sua escolha.
É preciso uma análise mais aprofundada-ouvir opiniões de outros clientes e conhecer trabalhos realizados por ele para certificar-se sobre sua experiência e seu estilo.
Fernando Pinheiro, vice-presidente da AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), salienta a importância de "pedir contato de clientes anteriores para os quais ele já prestou serviço".
Entretanto, isso costuma não ser suficiente. O histórico profissional pode ser consultado também em instituições como Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e AsBEA.
Em geral, é dever do arquiteto entregar a planta na prefeitura e acompanhar o processo até a aprovação do projeto.
"A planta é analisada por outros arquitetos na prefeitura, então é o profissional que vai discutir sobre o projeto, caso surja alguma dúvida", determina Luiz Fisberg, conselheiro do Crea-SP.
As atribuições do engenheiro são outras. Cabe a ele acompanhar a obra, entre outras coisas, e responder por eventuais problemas estruturais (veja no quadro abaixo).
Passada a fase de escolha, um contrato tem que ser feito com o máximo de detalhamento sobre serviços, responsabilidades, prazo de entrega e valores.

Sucessão de erros
A professora C.S., 55, usou as placas de obras vizinhas ao seu terreno na zona norte como indicação do nome do arquiteto.
Projeto terminado e apresentado à prefeitura, ela iniciou a construção antes da aprovação final da planta -conforme orientação do profissional. "Ele me assegurou que, passada a primeira instância do processo, eu poderia começar a construir", explica C.S..
Mais tarde, ao consultar o projeto no site da prefeitura, a professora descobriu que ele não havia sido aprovado. O espaço deixado de recuo do terreno estava errado.
"O tempo de revisão do processo já tinha expirado, e o arquiteto não sabia de nada", conta a professora. Além de erro no projeto, o profissional tinha negligenciado o acompanhamento do processo.
Agora a construção de sua casa está parada. A obra será retomada assim que o novo projeto for apresentado à prefeitura e aprovado.
Em casos como esse é importante o estabelecimento do contrato para que se possa reclamar legalmente contra o profissional -C.S. tinha feito apenas um acordo verbal.
Recorrer ao Crea para gerar um processo administrativo é uma opção. "O Crea pode dar punições administrativas", afirma Fisberg. "Com isso, o reclamante passa a ter um instrumento a seu favor."


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