DA REPORTAGEM LOCAL

"Seu arquiteto não falou nada sobre prazos? A sua planta expirou." Essa foi a frase que o comerciante Narcísio Simões, 49, disse ter ouvido do fiscal da prefeitura que vistoriava sua obra -que teve de ser interrompida e gerou uma multa.
Para não ter surpresas como essa, uma recomendação importante é conhecer as atribuições dos profissionais e tirar com eles todas as dúvidas sobre o processo construtivo.
Na hora de fazer o projeto, o arquiteto deve estar a par do Código de Obras e das restrições construtivas municipais -como as estabelecidas pelo Plano Diretor.
"É o arquiteto quem vai levantar dados sobre o que pode e o que não pode [ser feito]", alerta Luiz Fisberg, do Crea-SP.
Também é ele que orienta o processo de aprovação da planta na prefeitura.
Em seguida quem toma conta da obra é o engenheiro civil, que detalhará a estrutura e sistemas como o hidráulico e o elétrico. A ele cabe acompanhar a obra e responder por defeitos estruturais posteriores.

Valores
Remuneração é uma importante questão no momento de firmar contrato. Não existe uma tabela de referência, e os valores variam bastante.
O Crea-SP indica como referência o salário mínimo da categoria -entre R$ 6 e R$ 8,5 por hora trabalhada, tanto para arquitetos como para engenheiros. Contudo, é difícil contabilizar o período de serviço.
O IAB aponta entre 5% e 12% do custo total da obra para o pagamento do projeto arquitetônico. "Em uma obra pequena, o preço do projeto varia entre 3% e 5% do montante total", avalia João Alberto Manaus, presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia).
Dada a dificuldade de determinar preços, o Sinaenco lançou em agosto um roteiro de valores para os escritórios orçarem seus projetos. O guia está disponível para "download" no site do sindicato.
(CRISTIANE CAPUCHINHO)


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