São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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De volta para o futuro

Inovações como internet na geladeira, porta-recados eletrônico e porta-retratos digital distanciam-se das fábulas científicas e facilitam o cotidiano

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

As fantasias futuristas para a casa do ano 2000 descreviam robôs e máquinas falantes. A tecnologia necessária para tal cenário já está disponível, mas os planos de futuro das grandes empresas pouco se assemelham aos velhos devaneios.
A principal mudança está no consumidor, que pede o uso de alta tecnologia de maneira simplificada. Ele quer produtos cuja inovação efetivamente melhore o funcionamento normal da vida cotidiana -não é necessário ter uma empregada robô como a dos Jetsons.
Assim, fabricantes de eletroeletrônicos apostam em avanços na interatividade. Nessa linha, a tendência vai desde fogões que podem ser levados para diferentes partes da casa e filtros que retiram os odores da cozinha -ampliando a integração entre ambientes- até quadros de recado e porta-retratos que enviam e recebem mensagens, fotos e vídeos.
Outro conceito em alta é a valorização do tempo e da qualidade dos serviços domésticos. Criam-se então tecnologias para reduzir o tempo de cozimento dos alimentos e automatizar as regulagens da lava-roupas, da temperatura do aquecedor e da iluminação da TV.
O preço reflete gastos em pesquisa e materiais. Itens com tecnologia conhecida são mais acessíveis, como a placa eletrônica de cozimento da Electrolux (R$ 399) com ajuste digital de temperatura. Outros parecem menos apetitosos ao consumidor comum, como a lava-louças integrada à pia da KitchenAid (R$ 17,9 mil).

Num piscar de olhos
Citada há anos como a grande saída futurística, a automação já faz parte do mercado nacional, em sistemas para acionar pelo celular o aquecedor de água ou o condicionador de ar.
Já eletrodomésticos com internet integrada ou comando de voz, realidade na Europa e na Ásia, devem demorar a chegar ao Brasil. Para Júlio Bertola, diretor do centro de design da Electrolux, o usuário nacional prefere controlar a casa mais de perto e vê comandos à distância com reserva.
O consumidor também não quer um lar com cara de estação espacial. "Há o desafio de transpor a impessoalidade dos objetos inanimados", afirma em estudos sobre consumo o presidente-executivo da Philips Design, Stefano Marzano.


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